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MAIO 2014
A vacina contra o HPV é
realmente eficaz? Quantas
doses são necessárias?
As injeções só podem ser
dadas emmeninas que
ainda não iniciaram a vida
sexual? É verdade que a
vacina pode estimular
uma vida sexual precoce
e desenvolver doenças?
O HPV (PAPILOMAVÍRUS HUMANO)
é
o nome genérico de um grupo que englo-
ba mais de cem tipos diferentes de vírus.
Transmitido principalmente pelo contato
sexual desprotegido, pode provocar a for-
mação de verrugas em locais como pele,
boca, lábios, cordas vocais e nas regiões
anal, genital e na uretra. Essas lesões apre-
sentam alto risco porque podem ser pre-
cursoras de tumores malignos, especial-
mente do câncer de colo do útero, segundo
mais incidente emmulheres brasileiras.
Em 2014, o governo brasileiro iniciou o
programa de vacinação contra o HPV em
meninas da rede pública de 11 a 13 anos.
Aplicada em três doses, a vacina é quadri-
valente, ou seja, protege contra quatro ti-
pos de vírus (6, 11, 16 e 18 - os dois últi-
mos são responsáveis por 70% dos casos
de câncer de colo do útero). Essa campa-
nha já existe em outros países, como Ca-
nadá, Inglaterra, México e Suíça, e os re-
sultados são extremamente positivos. Nos
Estados Unidos, por exemplo, foi consta-
tada a redução de 56% de infecção entre
jovens de 14 a 16 anos. Outro estudo mos-
trou eficácia de 90% na prevenção de ver-
rugas, 70% na prevenção do câncer vaginal
e de colo do útero e 50% na prevenção do
câncer de vulva.
É importante lembrar que nenhuma va-
cina impede o aparecimento de efeitos
colaterais. Os mais comuns são diarreias,
náuseas, vômitos e dores de cabeça. Mas
não há nenhuma prova concreta de que
as doses provoquem problemas sérios de
saúde. O ideal é consultar um ginecologis-
ta e fazer exame de sangue para verificar
se está em condições saudáveis de tomar
as injeções. Por falar em médico, a vacina
não elimina a consulta anual e o exame de
papanicolau. Muito pelo contrário! Em rela-
ção à idade, a recomendação é tomar a va-
cina enquanto a menina ainda não iniciou a
vida sexual, já que a proteção é mais eficaz.
Mas mulheres sexualmente ativas também
devem ser vacinadas, assim como os ho-
mens, já que o HPV também pode causar o
câncer de pênis. Por isso, não se esqueça do
preservativo e do diálogo com o parceiro.
FranciscoPilla,
ginecologista
ediretor
daCentral
Nacional
Unimed
DOUTORRESPONDE
