IDEIAS DE VALOR
DOE-SE DE CORAÇÃO
Há dois anos e meio, a atendente Fabiana Fran-
cisco realiza trabalhos voluntários e, há um
ano, participa do Grupo de Amigos Voluntários
(GAV). Para ela, é importante que a pessoa sin-
ta-se bem em ajudar o outro. "Você tem que ir
de coração, tem que se doar sem esperar nada
em troca", acredita. Entre os projetos de que
participou destaca a reforma da brinquedoteca
do abrigo infantil da Casa Isabel e o teste de
acuidade visual em crianças, jovens e adultos
no Instituto Nova União da Arte (NUA), ambos
na capital paulista.
Entre as ações do GAV está o preparo e a
distribuição de refeições para moradores de
rua da região central de São Paulo. Fabiana
conta que, no início, teve receio de como seria
recebida. "Mas, quando cheguei, me surpreendi
com a força e a simpatia das pessoas que rece-
bem nossa ajuda. Todas estavam com um sor-
riso no rosto", conta.
VOLUNTARIADO
QUE VEM DE BERÇO
Em alguns casos, o despertar para ajudar o ou-
tro começa ainda na infância. Foi o que aconte-
ceu com Valdir Cimino, presidente da Associa-
ção Viva e Deixe Viver. Estimulado pelos avós
e pela tia, resolveu preparar uma série de saco-
linhas para doação de material escolar, roupas,
doces e outros itens na época da festa dos
santos Cosme e Damião.
Anos depois, em 1992, foi morar em Nova
Iorque, nos Estados Unidos. Lá, participou de
uma atividade na ONG English in Action, em
que idosos ofereciam conversação para es-
trangeiros. Além disso, ele lia jornais e revis-
tas para pacientes
home care
do Hospital St.
Vicent e conheceu a ONG Independent Sector.
Essas experiências fizeram com que Cimino
percebesse o quanto o terceiro setor poderia
se desenvolver de forma organizada no Brasil.
Hoje, divide-se entre a associação e as parti-
cipações no projeto A Descoberta do Brincar e
Contar Histórias na Saúde Mental, do Instituto
de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São
Paulo, e nos comitês de Administração e Ges-
tão, Humanização e Pesquisa e Ética do Institu-
to de Infectologia Emílio Ribas. O acúmulo de
funções não é problema. Muito pelo contrá-
rio. Para Cimino, é um exercício de cidadania.
"Brinco que o funcionário da Associação Viva e
Deixe Viver tem que ser três Cs: consciente da
causa da saúde e da educação; comprometido
com o paciente, a família e o profissional da
saúde; e constante, pois é aí que produzimos a
transformação social", explica.
Fundada em 1997, a Associação Viva e Deixe
Viver promove ações com brincadeiras, leitura,
cultura e arte, a fim de contribuir para a me-
lhoria das relações interpessoais na ambiência
da saúde e da forma preventiva na educação.
Para isso, investe no treinamento e na capa-
citação de voluntários. Segundo o presidente,
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VEMVIVER
MAIO 2014