Unimed Encosta da Serra - Fevereiro 2014 - N°60 - page 4

Boa forma
Fevereiro 2014 |
Unimed-ES
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Algumas frases já são clássicas em nossa rotina agitada.
Por exemplo: "hoje trabalhei demais, então mereço
comer bem". Ou então: "comer vai aliviar o meu
estresse". Na alegria ou na tristeza, a comida se inseriu
como válvula de escape na vida moderna. Pois esse tipo
de comportamento ou postura frente aos desafios do dia
a dia são associações positivas ao ato de comer, buscando
as próprias justificativas ou "pensamentos sabotadores"
que funcionam como motivadores da ansiedade e
gatilhos para que se coma compulsivamente, explica o
psicólogo da Unimed Encosta da Serra Anderson da Silva
Greff.
A relação entre a obesidade e a ansiedade é cíclica:
uma pode ocasionar a outra. A nutricionista da Unimed
Encosta da Serra Ana Carolina Arnhold diz que é
importante descobrir qual é o real agente causador
do ganho de peso. Em muitos casos, o grande vilão do
sobrepeso ou da obesidade é a ansiedade. "Quando, por
exemplo, uma criança está muito ansiosa e estressada,
existe uma tendência em comer mais e sem necessidade,
por impulso, e isso a faz engordar. Por outro lado, quando
já existe o sobrepeso ou obesidade, ela pode começar
a desenvolver outros problemas, especialmente a
ansiedade e o estresse", explica a nutricionista.
Alguns estudos relatam que o tratamento destes
pacientes deve incluir não somente a terapia nutricional,
mas também auxilio psicológico, que pode ser oferecido
através de uma equipe multidisciplinar. Por mais que o
paciente esteja consciente de que deva melhorar seus
hábitos alimentares e controlar o peso, muitos fatores
emocionais o atrapalham para ter sucesso nesta etapa.
É como um círculo vicioso: as pessoas pensam na comida,
ficam ansiosas, têm o desejo e acabam comendo. "Caso
consigam fazer um automonitoramento dos pensamentos
antes de terem as compulsões alimentares e fazerem
a reestruturação cognitiva do ato de comer, ou seja,
identificar quais consequências negativas que suas
compulsões alimentares ocasionam (malefícios à saúde,
baixa autoestima, não poder usar a roupa que gostaria),
podem readquirir gradualmente seu controle alimentar",
afirma o psicólogo. Anderson destaca ainda que o ato de
comer em excesso é um comportamento adquirido e não
inato, ou seja, não é uma postura que nasce com os seres
humanos - por isso pode (e deve!) ser modificado.
SACIANDO ALGO QUE NÃO É A FOME
A nutricionista explica que comer pode ser uma forma
de amenizar um problema. "As pessoas compensam as
emoções nas refeições, ou seja, encontram pretextos para
alimentar-se por qualquer motivo, ora por estarem felizes
com o pretexto de comemorar, ora tristes para compensar
a dor ou a emoção negativa que estejam sentindo",
explica Ana. O paciente tem que ter a consciência de que
o alimento não tem relação nenhuma com o problema e
que comer por ansiedade só lhe trará prejuízos. "É preciso
ter muita força de vontade e determinação para não
deixar-se dominar pela emoção e cair nas compulsões da
ansiedade", acrescenta.
Os fatores genéticos também são importantes e devem
ser considerados quando a obesidade é diagnosticada.
"Porém, se a paciente tem a pré-disposição genética para
a obesidade, mas consegue controlar-se na alimentação,
não descontando sua ansiedade nos alimentos, ele
conseguirá controlar o seu ganho de peso", afirma Ana.
Trabalhar demais, estar com muitas preocupações, ter
problemas na família, entre outros desafios cotidianos
são, naturalmente, questões complexas e que causam
desequilíbrio em nossa rotina. Mas entregar-se à
comida não irá resolver qualquer problema - muito
pelo contrário! Da próxima vez em que você se sentir
estressado ou ansioso, que tal trocar o pensamento
da comida por uma caminhada pela cidade? Ou então
dedicar-se à leitura de um livro ou uma revista (inclusive
esta mesma, a Revista da Unimed!). É uma mudança
que irá aliviar sua preocupação e poderá lhe trazer ainda
outros benefícios, muito mais duradouros do que os
poucos minutos de uma refeição calórica.
Ansiedade e obesidade:
Fatores psicológicos podem estar associados ao desequilíbrio alimentar
e, consequentemente, ao ganho de peso
ELAS ANDAM JUNTAS
. Mastigar devagar: atente-se a este detalhe! Quando mastigamos devidamente os alimentos,
sentimos o real sabor da comida e é através desta sensação de sabor que geraremos a saciedade.
Lembrando que a mastigação, além de favorecer a saciedade, também favorecerá uma boa
digestão e a absorção de nutrientes
. Fracionar as refeições e alimentar-se no mínimo cinco vezes por dia. Isto evitará a compulsão
alimentar nas refeições principais
. Beber muita água ao longo do dia. Além de desempenhar diversas funções importantes em nosso corpo, a água também gera
saciedade, pois "engana" a vontade de comer
. Alimentos ricos em fibras, como frutas e verduras, cereais integrais (aveia, chia, linhaça) e as leguminosas (como feijão, lentilha,
grão de bico) atrasam o esvaziamento gástrico, tornando mais lenta a digestão e gerando assim maior saciedade
. Comer muita salada antes de alimentar-se na hora do almoço diminuirá o apetite para exagerar nas porções desta refeição
. Desconte sua ansiedade na prática de atividades físicas regulares, pois seu corpo produzirá endorfinas e assim terás melhora na
sua qualidade de vida e bem-estar
Conversamos com o psicólogo da Unimed Encosta
da Serra Anderson da Silva Greff para destacar
alguns aspectos entre obesidade e ansiedade
DE ONDE VEM A ANSIEDADE?
A ansiedade é uma emoção inata (já nascemos
com ela), serve para nos alertar de algum perigo
que causaria danos a nossa integridade física
ou psicológica, sendo, portanto, fundamental
para nossa sobrevivência. Em razão disso, em
muitos casos, a ansiedade é nossa aliada e serve
para nos proteger de ameaças, desempenhando
papel primordial nestas ocasiões. Entretanto, o
problema surge quando não existe um perigo
real ao indivíduo em situações cotidianas e ele
fica ansioso assim mesmo, sendo a ansiedade
excessiva, persistente e irrealista.
HÁ COMO EVITAR A ANSIEDADE?
Evitar completamente não, por ser uma emoção
que nasce com o indivíduo, mas existem
maneiras de se manejar e então amenizá-la.
Algumas formas de amenização são a execução
de exercícios de respiração, exercícios de
relaxamento, além da prática de exercícios físicos
e atividades prazerosas. Também a reestrutuação
cognitiva (mudança de pensamento).
QUAIS SÃO OS SINAIS DE QUE A PESSOA ESTÁ
COM ESSE PROBLEMA?
Alguns sintomas físicos são alteração da
frequência cardíaca, falta de ar, dor ou pressão
no peito, tonturas, sudorese, náuseas, tremores,
formigamentos, sensação de desequilíbrio, tensão
muscular e boca seca. Os sintomas cognitivos
podem ser medo de perder o controle, medo
de algum dano físico ou de morte, temor pela
avaliação negativa dos outros, diminuição da
capacidade de concentração, entre outros. Por
fim, pode acarretar em alterações emocionais
como sentir-se nervoso, tenso ou irritado,
sentir-se assustado ou aterrorizado, apreensivo
e impaciente. Quando estes sinais aparecem
frequentemente em situações cotidianas normais
e a pessoa começa a tentar amenizá-los com
projeções nos alimentos, como estratégias
compensatórias para regularem o humor, pode
ser um sinal de que alguma coisa está errada.
DICAS ALIMENTARES DE COMO EVITAR A ANSIEDADE:
(Fonte: nutricionista Ana Carolina Arnhold)
Ana Carolina Arnhold
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