Cardiologia
Fevereiro 2014 |
Unimed-ES
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O cardiologista da Unimed Encosta da Serra
Dr. Daniel Pereira Kollet conta que, nas últimas
décadas, houve aumento na incidência de infarto
entre mulheres. "Isto porque elas passaram a
fumar e a beber mais, usam anticoncepcionais
sem acompanhamento adequado e estão cada
vez mais susceptíveis à obesidade e ao estresse
por conta de cargos que vêm ocupando na
sociedade", explica ele. Conforme o cardiologista,
nos dados de mortalidade, destaca-se que 40%
das brasileiras apresentavam aumento da cintura
abdominal, mais de 20% fumavam, 18% eram ex-
fumantes, 23% tinham níveis de pressão arterial
acima do normal e 21% possuíam alteração dos
níveis de colesterol.
Segundo Dr. Daniel, as mulheres têm uma chance
menor de apresentar infarto quando têm o ciclo
menstrual funcionante, pois o hormônio natural
estrogênio protege muito a progressão da doença
coronariana obstrutiva ou aterosclerose. Mas
quando a mulher chega na menopausa, o risco
de doença cardiovascular se aproxima ao dos
homens. "O que não se sabia é que as mulheres,
apesar de trabalharem tanto quanto os homens
e terem problemas cardíacos em idade mais
avançada, têm uma chance muito maior de morte
cardíaca após o diagnóstico de algum problema
no coração. De fato, a probabilidade de morte
no primeiro infarto de uma mulher é maior que
a do homem. A chance dela morrer é de 50%,
enquanto que para eles é de 30%", diz o médico.
O problema se agrava quando o assunto é
informação. Menos da metade das mulheres se
diz orientada sobre o risco de adquirir doenças
cardíacas, segundo os dados da American Heart
Association (Sociedade Americana do Coração). No
Brasil, a questão se repete, com uma percepção
equivocada por parte das mulheres sobre os
cuidados com o coração. Segundo pesquisa
realizada pela Editora Abril com a Sociedade de
Cardiologia do Estado de São Paulo, as brasileiras
encararam os distúrbios cardíacos como um mal
tipicamente masculino. Trata-se de uma postura
que acaba por ignorar sintomas, negligenciar
cuidados e, assim, comprometer a qualidade e
a expectativa de vida de milhares de mulheres,
sujeitas ou vítimas de doenças do coração.
Atualmente, 21 milhões de mulheres brasileiras
correm o risco de sofrer um infarto e 39 mil
morrem todos os anos em decorrência do mal - o
triplo das vítimas fatais de câncer de mama.
As mulheres e o
Cardiopatias em indivíduos do sexo feminino têm crescido,
trazendo à tona a importância dos hábitos saudáveis
ORAÇÃO
. Ter uma alimentação saudável
. Não fumar
. Não beber em excesso
. Adotar um estilo de vida que ajude a diminuir o estresse do dia a
dia, incluindo a prática de exercícios físicos
. Verificar o colesterol regularmente
. Ficar atento a fatores de risco como obesidade, diabetes e
hipertensão
. Informar-se sobre seu histórico familiar de doenças do coração
COMO PREVENIR
O coração é um órgão nobre que trabalha
continuadamente (no adulto normal passam 4 a 6 litros
de sangue por minuto). Ele recebe nutrientes (glicose)
e oxigênio para funcionar através de vasos sanguíneos
chamados artérias coronárias. Quando uma redução
prolongada desta irrigação sanguínea das coronárias
acontece, inicia-se o processo chamado isquemia que,
se persistir, evolui para morte (necrose) deste músculo
cardíaco. Assim, o infarto do miocárdio acontece quando
ocorre a necrose de uma parte da musculatura do coração.
O QUE É INFARTO?
É preciso ter controle e atitude de prevenção aos
tradicionais fatores de risco, como: obesidade, tabagismo,
hipertensão, sedentarismo, histórico familiar de infarto,
diabetes e estresse. Existem novos fatores de risco para a
saúde cardiovascular das mulheres: doenças autoimunes,
como lúpus e artrite reumatoide, complicações na gravidez
- hipertensão e diabete gestacional - e depressão foram
incluídas entre as ameaças para o sexo feminino.
QUAIS OS CUIDADOS QUE AS
MULHERES DEVEM TER?
"Hoje em dia, a relação entre homens e mulheres que morrem
por doença coronária é de 2,45 para 1, mas na década de 70 esta
relação era de 10 para 1. É verdade que até os 50 anos, a incidência
de infarto é cinco vezes maior nos homens, mas estes números
mudam violentamente na quinta e sexta décadas de vida, quando a
mulher perde a proteção do estrogênio natural",
Dr. Daniel Pereira
Kollet, cardiologista da Unimed Encosta da Serra
(CREMERS 22391)
PALAVRA DO ESPECIALISTA