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Revista Conexão - Julho / Agosto / Setembro 2016 - Edição 22

Em relação ao sistema cooperativo, a gestão de

pessoas deve ser conduzida de forma diferente?

Independentemente de ser um sistema cooperativo, é

sempre importante investir em uma gestão de pessoas

mais inovadora e mais estratégica. Para isso, é vital que o

gestor da área se destaque por sua inteligência social. É

fundamental ter autoconhecimento, entender seus pontos

fortes, conhecer o perfil do outro e compreender que as di-

ferenças de comportamentos são importantes para o su-

cesso da equipe. É necessário trabalhar a complemen-

tariedade, as pessoas em diferentes momentos e aceitar a

diferença de forma a agregar e gerar desenvolvimento.

Cada vez mais, precisamos disso. Criar condições ideais

para que as pessoas se sintamsatisfeitas e acolhidas no tra-

balho não só cria umclima organizacional favorável como,

também, contribui para o desempenho dos resultados.

Quais são as principais responsabilidades de um

gestor de pessoas? De que forma o seu trabalho pode

ser realmente efetivo?

Há alguns anos, essa função era ocupada por psicólo-

gos ou especialistas em recursos humanos. Hoje, porém,

não existe uma formação específica para se tornar um

gestor de pessoas, visto que o sentido de liderança não

tem tanta relação com a parte técnica – a prioridade é a

comunicação e gostar de gente. Omais importante, então,

é o autoconhecimento e a comunicação. Um gestor que

se conhece, tem uma relação de transparência com a

equipe, e se expressa de forma clara, confia em si mesmo

e está disposto a assumir riscos em nome de sua equipe.

Portanto, ele é o responsável por criar um ambiente em

que todos se sintammotivados e engajados. E, quando há

comunicação e o propósito da empresa e de seus colabo-

radores está alinhado, isso significa que o gestor vem

cumprindo bem o seu papel.

Quais os principais erros cometidos pelos gestores e

como é possível corrigi-los?

Um erro gravíssimo é não ensinar as suas equipes,

não praticar o que ensina e não se preocupar com o

bem-estar das pessoas. Todo gestor tem responsabili-

dade com os seus profissionais. Por isso, é importante

conhecer sua equipe, os seus pontos fortes e fracos,

para que possa exigir e absorver o melhor das pessoas.

Um bom gestor também deve estar aberto ao novo.

Quando se tem disposição e humildade para absorver

novas ideias, a equipe cresce junta. Assim, nunca se

deve confundir gestão com individualidade; gestão é

sempre coletiva.

Como deve ser a postura do líder na gestão da sua

equipe? Qual a importância dessa interação e os ganhos

para a organização?

Gosto muito da definição de Peter Drucker, con-

siderado o “pai da administração”, que diz: “A única

definição de líder é quem possui seguidores, sem se-

guidores não há líder”. Isso significa que o líder pre-

cisa ter uma visão transformadora. Como já disse

aqui, um gestor que tem um perfil visionário é caris-

mático e proativo, sabe lidar com as pessoas, se ex-

pressar e comunicar. Gerenciar uma equipe contribui

efetivamente para o desenvolvimento da organização.

Entre líderes e seguidores é preciso haver diálogo.

Uma equipe bem-engajada, que trabalha e almeja o

crescimento em conjunto, produz melhor e alavanca

os ganhos.

Quais são as prioridades na gestão de empresas meno-

res, por exemplo, consultórios e clínicas médicas?

Na maioria das vezes, em empresas de pequeno

porte ou que tenham equipes reduzidas, o gestor é o

próprio dono, sendo ele o responsável pelo acompa-

nhamento das atividades e pelo desenvolvimento de

seus colaboradores. E aqui, novamente, o foco deve ser

a comunicação. Para isso, é necessário conhecer os pro-

cessos da empresa como um todo, clientes, concorren-

tes e, especialmente, compreender e entender cada um

de seus funcionários. Só assim, o gestor vai saber o

que exigir, e de quem, criando um ambiente descon-

traído e funcional.

ENTREVISTA

“Um erro gravíssimo é

não ensinar as suas

equipes, não praticar

o que ensina e não

se preocupar com o

bem-estar das pessoas”