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ENTREVISTA
Criado há cerca de quatro anos, o personagemDarci hoje
realiza uma média de 10 apresentações por mês, no
estilo stand up comedy (espetáculo humorístico com
apenas um comediante, que se apresenta geralmente
em pé, também chamado de humor de cara limpa). O
sucesso é tanto que a agenda do artista tem andado
apertada para incluir ainda as atividades de músico,
na banda Dazaranha, e de empresário, no selo musical
Muruca, sem esquecer o importante convívio com a
família: os filhos Ícaro (18 anos), Isadora (12) e Manuela
(10), ao lado da parceira Luciana Coppio, com quem
está casado há 23 anos.
A inspiração para criar omanezinho veio domundo à sua
volta e do fértil solo familiar. Os avós eram moradores
da Costa da Lagoa, com uma mistura de descendência
entre os indígenas nativos e os açorianos que povoaram
a cidade. Some-se a isso a movimentação da casa do
pai, seresteiro dos bons, e da mãe, backing vocal, que
reuniam amigos para noitadas de música e bom papo.
O resultado não poderia ser outro: um artista de mão
cheia e repleto de histórias para narrar. "Eu era criança e,
ao invés de ir pra cama dormir, ficava escutando aquelas
pessoas falando de um jeito todo próprio, cantando,
tocando violão e gaita, comendo siri na casca e peixe
frito, dando risada e se divertindo da melhor maneira,
aproveitando a vida. Impossível não se contagiar com
toda essa energia".
Os primeiros trabalhos como Darci foram feitos em
programetes de rádio gravados no "dialeto manezês".
O sucesso foi tanto que os convites para apresentações
em festas particulares e em bares não demoraram a
chegar, pegando de surpresa o criador do personagem,
que recorda com graça da timidez dos primeiros
shows. "Com o tempo, comecei a me soltar e agora
não paro mais", lembra o multiartista, ao destacar a
importância que o humor tem na sua trajetória. "Rir faz
muito bem à saúde, gera bem-estar e felicidade; faz
a gente esquecer (momentaneamente) os problemas,
ameniza a ansiedade e ajuda a seguir em frente. Penso
que o segredo da vida é não deixar a tristeza alcançar
o coração. Claro que não faltam motivos pra gente se
estressar ou se preocupar, assim como muitas vezes
enfrentamos problemas que nos entristecem. Nessas
horas, é indispensável achar um espacinho pra deixar o
sorriso entrar".
Entre os trabalhos realizados com frequência pelo
humorista destaca-se o stand up nas empresas,
onde ele consegue despertar a atenção da equipe de
colaboradores (de todos os níveis e setores), tirando-
os temporariamente do mundo de metas, diretrizes e
projeções econômicas para levá-los a uma verdadeira
sessão de risadas. "Fazer apresentações em ambiente
profissional é sempre um desafio, mas eu gosto. As
pessoas passam horas do seu dia trabalhando e muitas
vezes não compartilham momentos de alegria com
aqueles que estão dia após dia ao seu lado. O humor,
nesse sentido, tem o poder de integrar, de unir os
funcionários. Afinal, a gargalhada deixa todos iguais,
independente dos cargos desempenhados. E viva,
então, a alegria coletiva".
"Eu era criança e, ao invés de ir pra cama dormir, ficava
escutando aquelas pessoas falando de um jeito todo
próprio, cantando, tocando violão e gaita, comendo siri
na casca e peixe frito, dando risada e se divertindo".
