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Voltar As Infecções Sexualmente Transmissíveis não escolhem idade ou classe social

As Infecções Sexualmente Transmissíveis não escolhem idade ou classe social

Alerta é da enfermeira Mariline da Costa Luz Magnus de Souza, que destaca a importância do sexo seguro
Texto: Salus Loch
        14 de dezembro, 2023

 
   Na atualidade, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e qualidade de vida, o que pode ser visto por meio da busca por estilos de vida saudáveis, que incluem dieta equilibrada, atividades físicas, além de práticas que proporcionam bem-estar mental e espiritual, como meditação, terapias alternativas, entre outras. No entanto, essa busca deve se refletir também na área da sexualidade humana, aponta a enfermeira Mariline da Costa Luz Magnus de Souza. Segundo ela, o cuidado deve estar, também, na utilização de preservativos em todas as relações sexuais, que se constitui na principal estratégia para evitar as Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST.
   Conforme explica Mariline, especialista em Enfermagem Pediátrica pela UFRGS e em Vigilância em Saúde pela ESP/RS – UNISC, as Infecções Sexualmente Transmissíveis, a exemplo do herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C e infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV), são contraídas a partir do sexo desprotegido. “As IST não escolhem idade, orientação sexual, biotipo, nem classe social. Todos estão sujeitos a adquiri-las. Por esse motivo, não se deve baixar a guarda. Sob essa óptica, o uso do preservativo é fundamental e demonstra responsabilidade consigo e com o outro”, pontua a enfermeira.
 
39 milhões de pessoas têm HIV no mundo
   A epidemia de HIV/AIDS, IST que ganhou maior visibilidade, dados do Programa das Nações Unidas no combate à AIDS – UNAIDS - revelam que, globalmente, cerca de 39 milhões de pessoas conviviam com o HIV em 2022, 53% delas, eram do sexo feminino. Nesse mesmo ano, foram registrados próximo de 1,3 milhão de novos diagnósticos. Segundo o UNAIDS, estima-se ainda que 5,5 milhões de pessoas vivendo com HIV desconheciam o seu diagnóstico no ano de 2021, por conseguinte, é possível que tenham praticado sexo desprotegido e transmitido o vírus a outros indivíduos, tese que corrobora com a necessidade de se pensar em prevenção.
   “Estão disponíveis no mercado diversas marcas e modelos de preservativos, masculinos e femininos, permitindo que o indivíduo selecione aquele ao qual mais se adapte”, observa Mariline, que completa: “O Sistema Único de Saúde – SUS, através da Unidades Básicas de Saúde (UBS), principalmente, disponibiliza esses dispositivos de forma gratuita em todo o território nacional. Nesse viés, é importante ressaltar que, além de protegem contra as IST, o uso do preservativo, quando feito corretamente, auxilia na prevenção de gestações não planejadas, em suma, seu uso oferece vantagens de sobra”.
   Outra forma de prevenir as IST é a vacinação, pontua a enfermeira. O SUS oferece a vacina contra o HPV Quadrivalente (que protege contra os principais subtipos do vírus envolvidos nos casos de cânceres e verrugas genitais) à população dos 9 aos 14 anos. “É importante ter em mente que, a vacinação em idade precoce tem o objetivo alcançar melhor resposta imunológica, observada nessa fase da vida. A Hepatite B, que tem a via sexual como principal forma de contaminação, também é prevenível por vacina, a qual está disponível a toda a população, independentemente da idade, nas UBS de todo o país”.
 
Teste rápido
   De acordo com Mariline, cabe esclarecer, ainda, que as pessoas que tenham enfrentado situações de risco de adquirir uma IST, podem se beneficiar de técnicas diagnósticas que unem rapidez, facilidade, segurança e sigilo. Os testes rápidos (imunocromatográficos) são realizados e interpretados em, no máximo, 30 minutos, e são capazes de detectar, além da infecção pelo vírus HIV, a Sífilis, a Hepatite B e a Hepatite C. Para tanto, é utilizada uma amostra de sangue obtida por meio de punção da polpa digital. As UBS disponibilizam essa modalidade de exame que, além de segura, é gratuita e realizada por profissionais de saúde capacitados para tal.
Hábito e mudança de rota
   Com base nos benefícios do sexo seguro, Mariline destaca o quão fundamental é torná-lo um hábito, não somente no “Dezembro Vermelho” – mês de grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a AIDS e outras IST, mas em todas as épocas do ano. “É necessária uma mudança de rota, que leva a pessoa do risco à segurança. Por fim, cabe ressaltar que, mesmo se o indivíduo estiver lutando contra as consequências de situações ocorridas em um passado, recente ou não, os profissionais de saúde estarão sempre à disposição para ajudá-lo com toda a orientação e condutas necessárias”.
 
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