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Saiba como distinguir a fobia social da timidez

Saiba como distinguir a fobia social da timidez

Para psicóloga, timidez é um comportamento; fobia social, um transtorno de ansiedade

Saiba como distinguir a fobia social da timidez

5 Setembro 2012
Você tem dificuldade para abordar alguém na rua e perguntar que horas são? Fica vermelho só em pensar que terá de falar em público na reunião do dia seguinte? Não gosta de conversar ao telefone na frente de outras pessoas? Para os tímidos, o nervosismo nestes casos pode ser rotineiro, mas quando a ansiedade se eleva e faz com que a pessoa fuja das situações soa o alerta: pode ser um indicativo de fobia social.

A psicóloga cognitiva temperamental Cristiane Maluhy Gerbara, pesquisadora do Instituto de Psquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, diz que a fobia social é um transtorno de ansiedade que causa prejuízos à qualidade de vida de quem sofre com o problema. Ela estima que 8% da população brasileira enfrente a patologia. Muitos nem desconfiam e podem confundir os sintomas com uma timidez exagerada.

“Há uma linha nítida entre os dois: a timidez é um comportamento; a fobia social, uma patologia que prejudica física, emocional e até profissionalmente”, explica Cristiane.

O fóbico chega ao ponto de evitar a ascensão profissional porque não gosta de se expor em reuniões com os coordenadores da empresa. Já os tímidos sofrem com a exposição pública, mas não fogem dos compromissos.

Sintomas

Escrever o próprio nome na frente de outras pessoas, manifestar a opinião em uma discussão, atender o telefone no ambiente de trabalho, flertar ou iniciar um relacionamento amoroso podem ser circunstâncias tão embaraçosas para quem é vítima de fobia social que, além de manifestarem muita ansiedade, desencadeiam sintomas físicos como sudorese, taquicardia, tremedeira ou rubor facial.

“Os pacientes têm um medo intenso e constante de ser o centro das atenções, sentem um grande receio do que o outro pensa a respeito dele, e temem ser avaliados e criticados negativamente. Ou eles enfrentam as situações com muito temor ou fogem delas e se prejudicam”, destaca a psicóloga do Instituto de Psiquiatria do HC.

As mulheres são as mais atingidas pelo problema, na proporção de 3 para 2, mas ainda não há nenhuma razão científica que explique o por quê. A fobia social não tem faixa etária: afeta desde crianças a idosos.

Sozinho, é dificil perceber que precisa de ajuda, diz psicóloga

Não há uma causa aparente que possa desencadear o transtorno psiquiátrico, mas uma combinação: questões genéticas, observação e reprodução do comportamento dos pais e fatores ambientais podem influenciar negativamente a autoestima e fazer com que o paciente se sinta inferiorizado e passe a temer se expor.

“Sozinho é muito difícil o paciente perceber que precisa de ajuda”, diz Cristiane. Ela recomenda que o diagnóstico de fobia social seja feito por um médico psiquiatra. Mas o paciente pode observar até que ponto se expressar em situações comuns, como falar em público, comer, beber e escrever na frente de outra pessoa, fazer uma prova importante, ir a festas e falar ao telefone sejam penosas ao ponto de serem incômodas e provocarem uma ansiedade excessiva. Se forem, o ideal é procurar profissionais qualificados que ajudarão a solucionar o problema. O tratamento, na maior parte dos casos, é feito com remédios e terapia.


Repórter: Francine Cadore

Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.


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