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Saiba mais sobre o autismo

Saiba mais sobre o autismo

Saiba mais sobre o autismo

26 Agosto 2013

A novela Amor à Vida, da rede Globo, traz à tona assuntos relacionados à saúde, principalmente devido ao fato de que grande parte da trama se passa em um hospital. Aqui no Saúde em Pauta, já abordamos questões levantadas pelo folhetim como o lúpus e o Linfoma de Hodgkin.

Agora, é momento de falarmos sobre o autismo, patologia que, na novela, afeta a personagem Linda (Bruna Linzmeyer).

Patrícia Carla Nascimento, neurologista Infantil do Hospital Universitário da UFS (Universidade Federal de Sergipe) e médica cooperada da Unimed Sergipe, explica que o autismo é um transtorno complexo que afeta o desenvolvimento social e cognitivo e é composto basicamente por três manifestações principais: déficits qualitativos na interação social e na comunicação; padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados; e um repertório restrito de interesses e atividades.

“O autismo é um transtorno genético complexo. Por enquanto, muitos cromossomos foram relacionados ao autismo, porém não foi encontrada nenhuma resposta definitiva. Ainda é necessária a realização de muitos estudos para determinar o grau de relação existente entre fatores genéticos na expressão de um distúrbio do espectro autista e o papel de eventos não genéticos”, explica Patrícia, acrescentando que a grande variabilidade observada no quadro clínico dos autistas tornou mais apropriada o uso da expressão Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas principais características são:

- As dificuldades na interação social, que podem se manifestar como isolamento ou comportamento social impróprio; pobre contato visual; dificuldade em participar de atividades em grupo; indiferença afetiva ou demonstração inapropriada de afeto; falta de empatia social ou emocional.

- As dificuldades de comunicação ocorrem em graus variados. Algumas crianças não desenvolvem habilidades de comunicação; outras têm linguagem imatura caracterizada por jargão, ecolalia (repetição do mesmo som), reversões de pronome, entonação monótona etc. As crianças que mantêm capacidade expressiva adequada podem não ser capazes de iniciar ou manter uma conversação apropriada.

- Os padrões repetitivos e estereotipados de comportamentos, característicos do autismo, incluem a resistência a mudanças, a insistência em determinadas rotinas, o apego excessivo a objetos e o fascínio como o movimento de peças e engrenagens (tais como rodas ou hélices). Estereotipias motoras e verbais tais como balançar-se, bater palmas repetitivamente, andar em círculos ou a repetição de determinadas palavras, frases ou canções são também manifestações frequentes em autistas.

Segundo a especialista, uma pessoa autista, em geral, tem uma vida bastante limitada e sua qualidade poderá ser melhorada com o tratamento medicamentoso, que visa reduzir os sintomas mais intensos, e o tratamento não medicamentoso, que depende de uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar. “O prognóstico de autismo é variável e dependente da gravidade do quadro, ou seja, do grau de comprometimento cognitivo das crianças, assim como da participação dos familiares, da precocidade do tratamento e da experiência prévia dos profissionais envolvidos”, afirma. De acordo com ela, os programas de intervenção precoce podem fazer uma diferença importante e produzir ganhos significativos e duradouros.

A base do tratamento não medicamentoso envolve as técnicas de mudança de comportamento, os programas educacionais e as terapias de linguagem e comunicação, além do apoio da família. A equipe responsável pela abordagem não medicamentosa, idealmente, seria composta por psicólogos, fonoaudiólogos, educadores, terapeutas ocupacionais e outros especialistas, conforme a exigência do caso.

Já o tratamento medicamentoso no autismo ainda é incipiente, visto que não há uma medicação específica para o transtorno. As drogas mais usadas são os neurolépticos (em especial o Haloperidol) - que têm demonstrado diminuir significativamente a agressividade, as estereotipias e os comportamentos automutilantes em autistas - e os antipsicóticos, como a risperidona, que podem ser usados nos casos de autismo clássico e nos casos de Síndrome de Asperger (tipo de autismo em que algumas funções cognitivas estão exacerbadas).

No momento, ainda não há cura para este transtorno, no entanto, esses tratamentos têm se mostrado muito importantes no manejo dos pacientes.
 


Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.


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