SETEMBRO 2014
VEMVIVER
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ÇA
"UM BELO DIA RESOLVI MUDAR
e fazer tudo o
que eu queria fazer". Na voz de Rita Lee, os versos de
"Agora Só Falta Você" se tornaram uma verdadeira
ode à coragem. Basta ouvir a música para entender o
poder inspirador de uma mudança de rumos.
A vontade de sair da zona de conforto não está
presente apenas em canções. Seja no brilho das
artes, seja na simplicidade da vida cotidiana, é im-
possível não se encantar diante das possibilidades
que se descortinam ao se lançar no mundo.
Dar uma guinada na vida pessoal, mudar comple-
tamente a trajetória profissional ou mesmo correr
atrás de um sonho exige determinação. Cultivar
uma expectativa é simples, mas nem sempre é
possível encontrar a força necessária para con-
cretizá-la. Na maioria dos casos, o comodismo e a
preguiça costumam falar mais alto à medida que o
medo e as implicações de trocar o certo pelo duvi-
doso entram em cena.
Segundo Ramy Arany, terapeuta comportamental
e co-fundadora do Instituto KVT, é mais fácil e prá-
tico viver no mundo das ideias do que no concreto
e real. "As pessoas têm preguiça de mudar porque
essa atitude dá trabalho e implica em lidar com o
novo e o desconhecido. Por isso, é preciso ter ousa-
dia e força de vontade para ir além", explica.
Mudar também envolve um planejamento ade-
quado. "Mesmo que alguém jogue tudo para o alto,
precisará se visualizar em outras tarefas e luga-
res para sentir o que pode ser mais prazeroso. Fa-
zer algo novo exige uma pequena palavra chamada
desejo", comenta o psicólogo Alexandre Kuszer, da
MHR Psicólogos Associados.
A FORÇADAMOTIVAÇÃO
O anseio de descobrir sua verdadeira origem nor-
teou boa parte da infância, da adolescência e do
início da vida adulta da coordenadora administra-
tiva e recursos humanos Aline Souza, de 33 anos.
"Meus pais já eram separados quando eu nasci e
sempre tive a desconfiança de não ser a filha bio-
lógica do pai que me registrou", conta.
A distância sentimental que mantinha desse
pai "oficial" e uma incoerência no tipo sanguíneo
levaram Aline a ter certeza de que era filha de ou-
tro homem. Foram 28 anos de muitos conflitos e
a dor da falta de carinho paterno até que ela fi-
