3 | Unimed-ES | Novembro de 2014
Audição
Controle o volume
Fones de ouvido são companheiros da vida moderna, mas seu uso exige moderação
Cada vez mais sofisticados, os fones de ouvido nunca saem de
moda, principalmente entre a juventude. Sejam os modelos intra-au-
riculares (os pequenos, que são colocados dentro do ouvido) ou gran-
des, em formato de concha, eles já se incorporaram ao visual e à vida
das pessoas. Companheiros de caminhadas, da espera pelo ônibus e
até mesmo de trabalho.
Seu uso, contudo, implica cuidados. Conforme explica Dr. Diogo
Martins (CRM 28096), otorrinolaringologista da Unimed Encosta da
Serra, o uso correto dos fones de ouvido não é prejudicial à saúde e
a música é um estímulo extremamente benéfico para o organismo.
"Porém, a maioria das pessoas não faz uso corretamente, podendo
assim ser nocivo", assinala.
Ele esclarece que o excesso e a má utilização dos fones de ouvido
podem estar relacionados a problemas auditivos, como otalgia (do-
res de ouvido), disacusia (diminuição da audição) e zumbidos, bem
como doenças do labirinto (alteração de equilíbrio e tonturas).
Dr. Diogo Martins
Poluição
sonora:
ela está
em todos
os lugares
Afonoaudióloga LetíciaBorgesZwetsch (CRFa9004/
RS) destaca outros fatores que podem fazer mal à saúde
auditiva. Um destes fatores trata de um tipo de poluição
que não é visível, mas que faz mal à audição: a poluição
sonora. "Ela está em todo lugar: nas academias de gi-
nástica, nas ruas, no barulho de carros, no trabalho e até
mesmo em casa, com equipamentos ruidosos como o
aspirador de pó, liquidificadores e batedeiras", destaca.
Letícia esclarece que a poluição sonora se dá atra-
vés do ruído, que é o som indesejado, sendo considera-
da uma forma grave de agressão ao homem e ao meio
ambiente. "Segundo a OMS, a Organização Mundial da
Saúde, o limite tolerável ao ouvido humano é de 65 de-
cibéis. Acima disso, nosso organismo sofre estresse, o
qual aumenta o risco de doenças. Com ruídos acima de
85 decibéis, aumenta o risco de comprometimento au-
ditivo", destaca.
A fonoaudióloga afirma que o ruído de trânsito de
veículos automotores é o que mais contribui na polui-
ção sonora e cresce muito nas grandes cidades brasilei-
ras, agravando a situação. Já o ruído industrial provoca
males para além da perda orgânica da audição, que vão
de efeitos psicológicos, distúrbios neuro-vegetativos,
náuseas e cefaleias, até redução da produtividade, au-
mento do número de acidentes, de consultas médicas
e do absenteísmo, confirme explica Letícia. A solução
para esses problemas, sugere a fonoaudióloga, passa
pela adoção de novas tecnologias no controle de ruí-
dos, envolvendo recursos para identificação e análise
das fontes do problema.
O volume ideal
Conforme Dr. Diogo, as lesões causadas pelo mau uso dos
fones de ouvido dependem da suscetibilidade individual.
Desta forma, um determinado volume de som por cer-
to tempo pode ser lesivo para uma pessoa e não ser
para outra. Porém, de uma maneira geral, recomen-
da-se que o indivíduo em uso dos fones de ouvi-
dos consiga escutar as pessoas que estão ao seu
redor ou que as pessoas ao seu redor não escu-
tem o som que vem dos fones. Isso normalmente
ocorre em um nível de som por volta da metade
da intensidade de cada aparelho.
Uso deve ser evitado
em ambientes barulhentos
O otorrinolaringologista explica que não se deve
usar fones de ouvido em ambientes barulhentos ou com
muito ruído, pois a tendência é aumentarmos o volume dos
fones para escutarmos melhor. "É muito comum as pessoas au-
mentarem o volume e se esquecerem de baixar depois, pois o ouvido fa-
cilmente se habitua àquela nova pressão sonora", avalia.
Grandes ou pequenos?
Hoje, o mercado oferece uma infinidade de fones de ouvido,
desde os pequenos, que são introduzidos no ouvido (como
os fones que acompanham os celulares) até os modelos
grandes, tipo concha. Conforme Dr. Diogo, um dos fa-
tores relacionados ao aumento do índice de lesões
é a distância da fonte sonora em relação ao nosso
tímpano. Outra recomendação importante: usar o
fone de um só lado não impede lesões.
Por conta disso, os modelos tipo concha são
os que representam menos risco, pois os intra
-auriculares (introduzidos no canal do ouvido) se
aproximam mais do aparelho auditivo. "Porém, o
fator mais importante ainda é a intensidade do
som", alerta o otorrinolaringologista.
Emprestar, jamais!
Utilizar os fones de ouvido de outra pessoa pode fa-
zer mal à saúde. Ao usar um acessório emprestado, pode-
se estar compartilhando micro-organismos, como bactérias e
fungos, podendo causar otites externas. Além de não compartilhar
fones de ouvido, é recomendado higienizá-los com frequência com gaze
e álcool, bem como guardá-los em um recipiente limpo para evitar contaminação.