Revista unimed BR - N°9/Ano 4 - page 10

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REVISTA UNIMED BR . N
o
09 . Ano 4 . Fevereiro | 2014
De acordo com André Lon-
go, presidente da ANS, a ideia
dessas novas incorporações -
principalmente as relacionadas
com os quimioterápicos orais - é
trazer avanços importantes para
os tratamentos de saúde dos se-
gurados. "Essas inclusões repre-
sentam maior cuidado com as
pessoas e menores riscos à saú-
de", disse ele na época do lança-
mento do novo Rol, que é válido
para os mais de 42 milhões de
consumidores de planos novos,
ou seja, contratados a partir de
janeiro de 1999, ou adaptados à
legislação. Além disso, beneficia
ainda 18 milhões de clientes de
planos exclusivamente odonto-
lógicos, individuais e coletivos
em todo o País.
O Rol atual foi elaborado a
partir de consulta pública, rea-
lizada entre junho e agosto de
2013, e recebeu 7.340 contribui-
ções - o maior número entre as
53 consultas públicas já realiza-
das pela ANS. Das contribuições,
50% foram de consumidores,
16% de representantes de opera-
doras de planos de saúde e 16%
de prestadores de serviços de
saúde e gestores em saúde.
Mesmo com consulta públi-
ca, os trabalhos de pesquisa para
a revisão do Rol são contínuos,
realizados por meio de grupos
de trabalho. No caso desse espe-
cificamente, foram compostos
cinco grupos (ostomias, medica-
ção oral para câncer, tabelas de
procedimentos e critérios para
definição de Procedimentos de
Alta Complexidade - PAC, reso-
luções normativas e diretrizes
de utilização, e procedimentos
odontológicos), formados por
membros de diversas entidades
médicas. O Sistema Unimed, em
nome da Unimed do Brasil, teve
como representante Francisco
José de Freitas Lima, assessor
médico da área de Regulação
em Saúde, vinculada à diretoria
de Integração Cooperativista e
Mercado da Confederação.
Dessa maneira, a Unimed
participou ativamente das dis-
cussões sobre o Rol. Durante os
debates, a Confederação cobrou
da agência o cuidado para que
os procedimentos inclusos fos-
sem sustentados em pesquisas
e comprovação da medicina,
baseadas em evidências e cri-
térios técnico-científicos. No
entanto, isso não aconteceu em
100% das coberturas inclusas.
Valdmário Rodrigues Júnior,
diretor de Integração Coopera-
tivista e Mercado da Unimed
do Brasil, cita como exemplo de
procedimento que não tem am-
paro científico na literatura mé-
dica a rizotomia por radiofrequ-
ência para dor cervical, dorsal
ou lombar.  
Há também a preocupação
comnovos procedimentos cirúr-
gicos, cuja incidência de compli-
cações é muito grande, como o
implante de esfincter artificial
para tratamento de inconti-
nência urinária. Para se ter uma
ideia, entre 2004 e 2011, 41 pa-
cientes de uma grande Unimed
receberam o esfíncter artificial
após prostatectomia radical para
tratamento do câncer de prósta-
ta com custo de mais de R$ 2,5
milhões apenas com o disposi-
tivo. Desse total de pacientes, 22
tiveram complicações, 18 preci-
saram retirar o esfíncter, cinco o
trocaram uma vez e dois o subs-
tituíram duas vezes.
Valdmário acredita que, com
a implantação do novo Rol, as
Unimeds deverão buscar, cada
vez mais, a racionalização de
custos, objetivando sempre a
qualidade no atendimento. "É
"É fato que ocorrerá um
aumento imediato dos
custos assistenciais,
elevando a sinistralidade
nas nossas cooperativas,
uma vez que as
Unimeds só poderão
aplicar os reajustes
no ano subsequente à
implantação da nova
medida. Dessa maneira,
nosso objetivo é continuar
mostrando ao órgão
regulador a necessidade
da aplicação de uma
taxa justa de reajuste nos
contratos."
Valdmário Rodrigues Júnior
NO ALVO
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