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Ex-presidente da UMS vê com bons olhos o crescimento da cooperativa

Dr. Irisnaldo Felix acredita que a cooperativa crescerá muito mais nos próximos 40 anos pela facilidade de adaptação no tempo
Texto: Carol Duarte
        06 de abril, 2023
O cooperativismo, no ramo da saúde, foi criado no Brasil. A primeira cooperativa de saúde surgiu nos anos 60, quando um grupo de médicos, do município de Santos, em São Paulo, criou a União de Médicos (Unimed). Desde então, o modelo foi se espalhando pelas regiões brasileiras e também para o exterior. Hoje, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), as cooperativas estão em 85% do território brasileiro, com mais de 318 mil cooperados.

Na frente da Unimed Maranhão do Sul nos últimos quatro anos, o ex-presidente da cooperativa Dr. Irisnaldo Felix, especialista em nefrologia há 18 anos, acredita que para ser um cooperado é preciso conhecer além de políticas, processos e regulamentações, porque de um lado existe os interesses dos prestadores, por outro, o dos cooperados. “O papel de conciliar esses interesses é algo que os diretores tem que ter firme em mente pra não prejudicar nenhuma das partes. A ideia é trazer uma linha de entendimento para atender as necessidades de ambos os lados”, comenta Dr. Irisnaldo.



Ele conta que a motivação para concorrer ao cargo administrativo na Unimed em 2019 deu-se pela curiosidade em fazer parte da “cooperativa do ponto de vista administrativo” e dar continuidade ao projeto que havia começado em 2014, como superintendente, na gestão do Dr. Rômulo Lopes e Dr. Antônio Dantas.

No pico da pandemia em Imperatriz, no ano de 2020, o novo presidente da Unimed Maranhão preparava ações para enfrentar uma das maiores crises em saúde do século: a primeira medida foi o Hospital Dia, que adotava o protocolo de não ter que internar pacientes em casos leves, para priorizar os casos graves, já que pacientes nestas condições precisavam da ajuda de oxigênio para respirar. 

A segunda foi a montagem do Ambulatório, no Centro de Convenções da cidade, para atender a população. “Durante três semanas foram mais de 2.500 pessoas atendidas. Um resultado extraordinário, que ajudou a desafogar a cidade em números de internações em UTI’s e casos da doença. Foi uma ação voluntária de vários profissionais de saúde, enfermagem, fisioterapia, as Universidades enviando profissionais e as escolas doando cadeiras. Recebemos o apoio em massa da população e das entidades de classe”, lembra o presidente.

Nesta entrevista, com um olhar aberto para o futuro, o Dr. Irisnaldo Felix conta o que espera da cooperativa no futuro, quais as maiores dificuldades enfrentadas nos últimos quatro anos e o legado que deixa para a Unimed Maranhão do Sul. Confira abaixo:
Dr. Irisnaldo, a pergunta que inicia a entrevista é: a medicina sempre foi um sonho para você?
Dr. Irisnaldo: A medicina foi, no primeiro momento, uma maneira de ter uma formação, porque na família não tinha ninguém com nível superior. Venho de uma família de agricultores, o pessoal da roça. Então, fui o primeiro da família a conseguir me formar. A medicina apareceu após eu finalizar o 2º Grau, onde percebi também que tinha uma identificação com a área da saúde.

E quando começou a sua história na Unimed Maranhão do Sul?
Dr. Irisnaldo: A minha história com a Unimed começou em 2007, quando eu me tornei médico cooperado.

Em qual período começou a ser mais que um cooperado e passou mais para o setor administrativo da cooperativa?
Dr. Irisnaldo: Em 2010. Fui convidado a fazer parte da diretoria do Hospital da Unimed e fiquei lá por três anos.

Para você, o que representa ser um médico cooperado?
Ser um médico já é uma realização e uma honra muito grande, porque a gente lida no dia a dia com pessoas e lidar com pessoas já não é fácil, e com a saúde delas é algo mais especial ainda. Para mim isso é muito importante. Como profissional, isso é limitado. Quando vem um médico cooperado para uma governança ai você não ta cuidando de uma carteira de clientes, especificamente sua, mas está cuidando de uma carteira do plano inteiro, isso, para nossa realidade, aproximadamente 40 mil pessoas. É um compromisso e uma responsabilidade muito grande.

Qual foi a sua principal motivação para montar a chapa e concorrer ao corpo administrativo Unimed Maranhão do Sul?
Dr. Irisnaldo:  Em 2014, quando fui convidado, a motivação era aquela de fazer parte da cooperativa do ponto de vista administrativo e conhecer a fundo o processo de gestão da Unimed. Tinha interesse em dar continuidade a um projeto que havíamos começado em 2014 e, agora, finalizamos os 4 anos com a motivação de ter conseguido consolidar um grupo que para tocar o projeto mantendo uma diretriz e, claro, uma linha com suas adaptações e alterações feita por cada momento.

Como você avalia governança corporativa na Unimed Maranhão do Sul?
Dr. Irisnaldo: Vejo como algo fundamental para toda a instituição, seja ela cooperativa ou privada. Primeiro que se precisa conseguir se manter entregando aquilo que está propondo fazer é fundamentalmente importante para se manter sustentável ao longo do tempo.

Quais características, na sua visão, um presidente da Unimed Maranhão do Sul deve ter?
Dr. Irisnaldo:  Exercer este cargo é algo que além de conhecer as políticas, os processos e regulamentações, é preciso tentar conciliar os interesses que existem dentro dessas parcerias, onde um lado existem os prestadores e do outro nossos cooperados. O papel de conciliar esses interesses é algo que os diretores tem que ter firme em mente pra não prejudicar nenhuma das partes. A ideia é trazer uma linha de entendimento para atender as necessidades de ambos os lados. Além disso, tem o papel de liderar um grupo de colaboradores que estão empenhados em cumprir as metas e planejamentos estratégicos e esse diretor presidente tem que estar realmente bastante antenado e atualizado para fazer com que o seu grupo de colaboradores possa desempenhar melhor a política e o melhor projeto possível.

Quais foram os maiores desafios que você enfrentou como gestor da cooperativa?
Dr. Irisnaldo:  O maior desafio desse último mandato foi ter enfrentado o período da pandemia. Tivemos esse evento que foi algo marcante nesse século e, realmente, nos pegou. Tivemos que nos reinventar para passar por aquele momento. O outro grande desafio foi o pós-pandemia, que foram os aumentos dos custos, que fizeram com o que as operadoras dos planos de saúde, de uma forma geral, enfrentassem crise econômico financeiro a ponto de finalizar o ano com o desiquilíbrio econômico.

Você cita a pandemia. Em Imperatriz, tivemos muitos casos e mortes registradas. O período de pico, em março de 2020, foi delicado para a cidade. Muitas medidas foram adotadas para evitar a proliferação da infecção pelo novo coronavírus e ajudar a população doente. Como você destaca o papel da Unimed Maranhão do Sul neste período?
Dr. Irisnaldo:  Aqui em Imperatriz fizemos algo de muito impacto nas ações iniciais [contra a Covid-19]. No segundo mês da pandemia, que foi quando começou a atingir a cidade, já mudamos totalmente a [nossa] política. Montamos o Hospital Dia, que era a política de desospitalização. [É como] não ter que internar todos que tivesse que tomar certos tipos de medicamento. O paciente ia para o hospital, tomava os injetáveis necessários e voltava pra casa. Com isso, conseguimos priorizar os leitos para aqueles que estavam necessitando de oxigênio. Não tenho dúvidas de que essa atitude foi crucial para que, depois, o próprio sistema público de saúde, tanto do Estado quanto o próprio município, copiasse a política e aplicasse dentro de suas unidades. Foi o nosso time da diretoria e o time de cooperados que desenvolveu esse projeto e que dali em diante muitos copiaram, não só de Imperatriz como de Brasil a fora. Além disso, a Unimed foi responsável por montar um ambulatório, no Centro de Convenções, para atender a população. Durante três semanas foram mais de 2.500 pessoas [atendidas], com um resultado extraordinário, porque após aquela ação, os números de Covid na cidade, assim como os números de internações em UTI’s, começaram a reduzir.

Como você enxerga a cooperativa daqui 40 anos?
Dr. Irisnaldo: Vejo a cooperativa ainda mais forte, mais saudável e mais sustentável. Os processos vão mudando com o tempo, as exigências vão mudando e, da mesma forma, os processos administrativos tem que realmente acompanhar. Nós temos hoje a Unimed completando seus 40 anos e chegando as suas 40 mil vidas. Não tenho dúvidas que o cooperativismo, dentro da área de saúde, é algo que veio pra ficar. É natural as regras mudarem, mas isso faz parte de qualquer processo de governança. É questão de estar se adaptando e se moldando aquilo que a sociedade vai exigindo. Vejo com bons olhos o crescimento da Unimed Maranhão do Sul, que já é uma líder na região.

Para finalizar, uma última pergunta: qual legado você acredita que a sua gestão deixará?
Dr. Irisnaldo:  Além do avanço que tivemos na rede própria de saúde, expandindo a Unimed para Balsas e Açailândia, com as unidades de atendimento e a ampliação da carteira de clientes, fomos a Unimed que mais cresceu percentualmente em todo o Brasil, inclusive recebemos um certificado da Unimed do Brasil sobre esse fato. Mas acho que o que vai ficar realmente marcado na nossa gestão é a forma como nós, como pessoas, lidamos na nossa gestão, de forma harmônica e respeitosa, com o ato de ouvir, tentando resolver sempre todas as demandas. Colocamos também a Unimed dentro do princípio de gestão profissional, hoje todos os setores passam por aprimoramento e capacitação, e isso realmente é algo fundamental para a sustentabilidade da nossa cooperativa.

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Edição de texto:
Wanderson Souza

Colaboração:
Jéssica Santos

Entrevista produzida para o Especial Unimed Maranhão do Sul 40 anos.