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Primeira funcionária da Unimed lembra o passado: “Tudo era escrito a mão”

Hoje, aposentada vive a tranquilidade da vida em Brasília-DF e guarda boas memórias do passado
Texto: Jessica Santos
        06 de abril, 2023
Com o celular nas mãos e em uma sala de paredes brancas na sua casa de Brasília-DF, Maria Eronildes Barbalho Moreira, 75, citava o período trabalhado na Unimed, em Imperatriz, no ano de 1983. Como primeira colaboradora, ela realizava atividades de secretaria, até ser promovida, após um ano e meio, como gerente financeira.

Na reunião, impregnada com as dificuldades tecnológicas de acessar a sala do Google Meet, ela conta que “teve problemas em se adaptar ao avanço do tempo”, por não conseguir se conectar com a tecnologia, o que fazia, de certo modo, depender muito da equipe. Esse era um ponto que a fazia não se “sentir à vontade”.



Eronildes nasceu em Codó, no Maranhão, em 01 de maio de 1950. Mudou para Imperatriz com 18 anos em busca de novas oportunidades. “Eu morava em uma cidade de interior e não tinha oportunidade de estudar e trabalhar”, conta. Era de família simples, com pai autônomo e a mãe costureira.

“No início, tinha somente eu e mais três pessoas, numa sala sem repartições”, relembra Eronilde, do ambiente que ficava “para realizar atividades administrativas, na Associação Médica de Imperatriz. Era um local pequeno, com 30 metros quadrados. “Tinha armários para arquivos, birós, cadeiras e uma máquina de datilografia”, tecnologia da época, que era revezado entre os funcionários para escrever folhas de pagamentos e outros documentos. “Tudo era escrito a mão antes da chegada desta máquina. Escrevemos, a punho, a ATA de criação da Unimed e também o Estatuto Social da cooperativa”, lembra.

Defesa pela educação

Por ser uma mulher apenas com nível educacional técnico, a aposentada ainda acredita no poder transformador da educação e diz que, por falta dela na fase adulta, não conseguiu viver uma pedagogia transgressora.

Durante os 28 anos na empresa, com a sua saída em 2011, Eronilde se descreve como “mãezona”, naquele período. Isso porque os seus relacionamentos interpessoais com os colaboradores era “forte e verdadeiro”, que até rendia brincadeiras por partes de diretores: “Não mexe nos filhos da Eronildes, não”.

Em contrapartida, o estinto protetor tinha hora para acontecer. “Quando era para puxar a orelha, eu também puxava. Quando era para beneficiar, eu também beneficiava”, finaliza.

Edição de texto
Wanderson Souza


Entrevista produzida para o Especial Unimed Maranhão do Sul 40 anos.