Sociedade Brasileira de Pediatria faz campanha para proibir o uso do andador para bebês
24 Janeiro 2013
Para a SBP, há pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o equipamento. A mobilidade deixa os bebês mais independentes, o que os expõe a perigos, como escadas, piscinas e fogões. Um terço das lesões causadas são graves, geralmente fraturas, traumas cranianos e queimaduras, que necessitam de hospitalização.
A pesquisadora sueca Ingrid Emanuelson publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos, na qual revela que o andador é o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground. No Canadá, desde 2007 é proibido vender, importar e fazer propaganda de andadores.
Atraso no desenvolvimento
Os pediatras afirmam que o andador é desnecessário. O equipamento pode atrapalhar o desenvolvimento infantil: bebês que utilizam o equipamento levam mais tempo para ficar em pé e caminhar sem apoio, engatinham menos e têm resultados menores nos testes de desenvolvimento. Aquela conversa de que o aparelho favorece a marcha é balela porque o bebê ainda não tem a musculatura preparada para se manter ereto.
A SBP entende que o andador prejudica também o exercício físico: embora ele confira agilidade, a criança gasta menos energia tentando alcançar e pegar o que lhe interessa.
A segurança dos andadores e as providências sobre a proibição do uso devem ser discutidas em breve entre a SBP e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Segurança
No site Conversando com o Pediatra, as famílias podem conferir informações da SBP sobre o desenvolvimento das crianças. Uma das recomendações indica que se o adulto não tiver condições de ficar o tempo inteiro monitorando o bebê, é mais seguro colocá-lo em um cercado com brinquedos. Outra dica é proteger o ambiente onde a criança vive: colocar grades e redes nas janelas e fechar os acessos a escadas e piscinas.
O que diz a SBP sobre os andadores: - atrapalham o desenvolvimento infantil: a criança ainda não tem a musculatura desenvolvida para ficar em pé. Em vez de estimular, o aparelho pode atrasar o desenvolvimento da marcha; - expõem a criança a riscos desnecessários: como conseguem se movimentar sozinhos, os pequenos podem se aproximar de piscinas e escadas e se machucar com gravidade; - dá mais independência aos bebês, o que pode levar as crianças a se aproximarem de fogões e produtos inflamáveis. |
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Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria
Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.