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A importância da vacinação: por que imunizar crianças e adultos é essencial

A importância da vacinação: por que imunizar crianças e adultos é essencial

Saiba mais sobre a importância da vacinação e entenda por que a imunização regular ajuda na prevenção de doenças, tanto em adultos quanto em crianças.

A importância da vacinação: por que imunizar crianças e adultos é essencial

4 Dezembro 2017

 

Afinal, qual a importância da vacinação? Em tempos de fake news, é nosso dever contribuir com informação de utilidade geral: as vacinas são um ganho imensurável, um marco na história da humanidade.

 

Existem muitos mitos e argumentos contrários à vacinação, mas é fundamental que você entenda tudo que a saúde ganhou e o quanto a sociedade evoluiu com essa descoberta. 

 

A vacinação é o método mais efetivo de prevenir doenças graves que, no passado, levavam crianças e adultos a óbito e assustaram muitas gerações.

 

Se é “melhor prevenir do que remediar”, é hora de entender melhor a importância da vacinação. 

 

Para isso, traremos, neste artigo: 

 
  • Qual a importância da vacinação?
  • Qual a importância da vacinação na infância
  • Qual a importância da vacinação para adultos
  • Quais os perigos da falta de vacinas?
 

Boa leitura!

Qual a importância da vacinação?

A vacinação é uma forma de preparar o organismo para combater antígenos de doenças que poderiam levar ao óbito

 

Para entendermos a importância da vacinação, é crucial que possamos resgatar algumas informações e dados históricos. 

 

Assim, podemos compreender o cenário de onde partimos, em uma época em que a vacinação não existia.

 

É verdade que, atualmente, muitos debates em torno do tema “vacina” têm acontecido. Provavelmente, por isso mesmo, é de extrema importância relembrar a trajetória do setor da saúde.

 

Assim, é possível entender (e defender) os argumentos racionais e científicos de quem afirma que a vacina é, sim, a melhor forma de prevenir doenças.

 

Você também pode ler o artigo sobre os principais mitos relacionados à vacinação, clicando aqui.

O que são Vacinas

Para começar, vamos explicar o que são, afinal, as vacinas. 

 

A vacina é uma forma de “forçar” o organismo a produzir anticorpos para combater uma determinada substância, que ele entende como um corpo estranho. Isso acontece quando injetamos, propositalmente, o agressor que se deseja combater.

 

A diferença da vacina para a doença efetiva, no entanto, está no agressor: na vacina, ele estará presente em uma forma menos agressiva, ou até mesmo desativado, ou seja, incapaz de produzir a doença. 

 

A presença no organismo servirá, somente, para que o corpo seja capaz de produzir os anticorpos necessários para combatê-lo, impedindo que a doença seja desenvolvida, mesmo por meio de uma nova exposição e contágio. 

— Uma breve história da vacina

Uma das doenças mais temidas do mundo durante o século XVIII, a varíola, foi a responsável pela invenção da vacina. 

 

Com uma taxa de mortalidade de 10% a 40%, foi descoberto que os sobreviventes não contraíam a doença novamente. Assim, surgiu a ideia de usar o vírus em uma forma um pouco mais branda, evitando que a doença fosse contraída em sua forma mais agressiva.

 

Essa prática ficou conhecida como variolação, em função, claro, de ter sido usada para combate específico da varíola.

 

Em 1798, o médico inglês Edward Jenner compartilhou suas investigações. Ele descobriu que as pessoas contaminadas por um vírus semelhante ao da varíola, porém mais brando, também se tornavam imunes à grave doença. 

 

Em 1800, a marinha britânica já começava a usar a vacinação, a partir dessas descobertas. No Brasil, as vacinas chegaram em 1804, trazidas pelo Marquês de Barbacena.

 

Em 1956, a OMS (Organização Mundial da Saúde) patrocinou um projeto para erradicação da varíola no mundo. 

 

Em apenas quatro anos, a doença sumiu dos países industrializados e, em 1977, se estabeleceu o único episódio de erradicação de uma doença em uma escala mundial. 

 

Com esse poder de controle e eliminação de doenças, a vacina é uma importante aliada para a promoção da saúde e ampliação da expectativa de vida dos seres humanos.

 

O Brasil é um dos países que oferece o maior número de vacinas à população. 

 

São disponibilizadas mais de 300 milhões de doses anuais, sendo 43 diferentes categorias de imunobiológicos: 26 vacinas, 13 soros heterólogos (imunoglobulinas animais) e 4 soros homólogos (imunoglobulinas humanas), utilizadas na prevenção ou tratamento de doenças.

 

As campanhas nacionais de vacinação resultaram na eliminação da varíola em 1973, e da poliomielite, em 1989. O vírus da rubéola também é considerado fora de circulação, desde 2009.

 

O Brasil ainda tinha conseguido tirar de circulação o vírus do sarampo, tendo sido considerado livre da doença em 2016. No entanto, no final de 2018 o vírus ressurgiu, deixando vítimas de todas as idades e reforçando a importância da vacinação para o controle imunológico do País.

 

O programa de vacinação nacional também controla o tétano neonatal, as formas graves da tuberculose, a difteria, o tétano acidental e a coqueluche. Algumas dessas vacinas fazem parte do calendário de vacinação da gestante, sendo etapa essencial do pré-natal. 

— Para que servem as vacinas

Como explicado, as vacinas servem para estimular o organismo a produzir anticorpos que combatem os agressores (antígenos). 

 

Quando um antígeno entra em contato com o organismo pela primeira vez, ele é incapaz de produzir anticorpos em uma velocidade maior do que o desenvolvimento da doença. Por isso, o paciente pode ir a óbito antes que o sistema imunológico dê alguma resposta.

 

No entanto, quando o organismo é contaminado pelo mesmo antígeno uma segunda vez, ele já conhece o invasor, e pode combatê-lo com mais agilidade. Isso se chama imunidade. Ou seja, o organismo fica imune àquele agente. 

 

A vacina serve para que o primeiro contato com o antígeno, ou seja, o agente agressor, seja de uma forma controlada, com o antígeno desativado ou enfraquecido

Qual a importância da vacinação na infância

 

Bebês, crianças e adolescentes precisam manter suas vacinas em dia, evitando uma série de doenças contagiosas e graves

 

É na infância que a maioria das vacinas são aplicadas. Isso porque a criança, além de se desenvolver física e cognitivamente, também precisa evoluir seu sistema imunológico. 

 

Quanto antes a criança ficar imune contra doenças, melhor para a sua saúde.

 

Para recém-nascidos, tanto as primeiras vacinas, quanto as vacinas recebidas por sua mãe, durante a gestação, são fundamentais para a prevenção de doenças. Isso porque seu sistema imunológico ainda é bastante frágil e suscetível a doenças e infecções.

 

Para as crianças de até 10 anos, devem ser aplicadas as vacinas e reforços para evitar que a exposição nas escolas facilite o contágio de doenças como difteria, coqueluche, tétano e influenza.

 

Já os adolescentes precisam se imunizar contra a meningite meningocócica, já que fazem parte do grupo de maior risco de contração da doença. 

 

Nessa idade, meninos e meninas também devem receber a imunização contra o vírus HPV, responsável por mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de pênis. O HPV também é um dos principais responsáveis pelo câncer de colo do útero que, em 2018, teve 570 mil novos diagnósticos em todo o mundo.

— As principais vacinas indicadas para bebês e crianças

Confira, na tabela abaixo, as vacinas indicadas pelo Ministério da Saúde para cada idade, bem como as quantidades de doses necessárias para a imunização. 

 

Você pode ter acesso ao calendário completo, clicando aqui.

 

Idade

Vacina

Ao nascer

BCG Dose única

Hepatite B

2 meses

– Pentavalente 1.ª dose (Tetravalente + Hepatite B 2.ª dose)

– Poliomielite 1.ª dose (VIP)

– Pneumocócica conjugada 1.ª dose

– Rotavírus 1.ª dose

3 meses

– Meningocócica C conjugada 1.ª dose

4 meses

– Pentavalente 2.ª dose (Tetravalente + Hepatite B 2.ª dose)

– Poliomielite 2.ª dose (VIP)

– Pneumocócica conjugada 2.ª dose

– Rotavírus 2.ª dose

5 meses

– Meningocócica C conjugada 2.ª dose

6 meses

– Pentavalente 3.ª dose (Tetravalente + Hepatite B 3.ª dose)

– Poliomielite 3.ª dose (VIP)

– Influenza (1 ou 2 doses anuais)

9 meses

– Febre Amarela (dose única)

– Influenza (1 ou 2 doses anuais)

12 meses

– Pneumocócica conjugada reforço

– Meningocócica C conjugada reforço

– Tríplice Viral 1.ª dose

– Influenza (1 ou 2 doses anuais)

15 meses

– DTP 1.º reforço (incluída na pentavalente)

– Poliomielite 1º reforço (VOP)

– Hepatite A (1 dose de 15 meses até 5 anos)

– Tetra viral (Tríplice Viral 2.ª dose + Varicela)

– Influenza (1 ou 2 doses anuais)

4 anos

– DTP 2.º reforço (incluída na pentavalente)

– Poliomielite 2º reforço (VOP)

– Varicela (1 dose)

– Influenza (1 ou 2 doses anuais)

9 – 14 anos

– HPV 2 doses

– Meningocócica C (reforço ou dose única)

 

Qual a importância da vacinação para adultos

Adultos e idosos devem ficar de olho em sua carteira de vacinação, fazendo reforços sempre que necessário

 

É comum, ao pensarmos em vacinação, ligar vacina à crianças ou idosos, como se fossem os únicos grupos de risco, portanto, os únicos que necessitam da imunização. Essa é uma ideia incorreta.

 

O lugar onde você mora, sua idade, seu histórico de vacinação, doenças em tratamento e até suas atividades cotidianas podem influenciar a necessidade de uma ou outra vacina. 

 

Se você for viajar para um lugar com risco de febre amarela, por exemplo, e não estiver com essa vacina em dia, é obrigatória a vacinação, já que a carteira de vacina será um dos documentos exigidos para permitir o embarque. 

 

Além disso, adultos com doenças crônicas, como diabetes, pode ter um prejuízo maior em caso de contágio com alguma doença que pode ser prevenida por vacina. 

 

Idosos também precisam estar atentos, já que tendem a ter um sistema imunológico mais frágil, respondendo aos tratamentos com mais dificuldade. 

 

É por isso que as campanhas de vacinação contra o vírus Influenza (gripe) sempre colocam os idosos como grupo prioritário, pois são as principais vítimas da doença. Essa é uma estratégia da saúde pública para aumentar a qualidade de vida desse público.

- As principais vacinas indicadas para adultos

Confira abaixo, as vacinas direcionadas para adultos e idosos. Você pode ter acesso ao calendário de vacinação, clicando aqui.

 
  • Hepatite B: 3 doses, dependendo da situação vacinal do paciente
  • Febre Amarela: dose única para quem não tiver sido vacinado, ou não possuir comprovante de vacinação
  • Tríplice Viral: 2 doses até os 29 anos, ou 1 dose para aqueles maiores de 30 anos. A idade máxima para a vacinação é de 49 anos
  • DT: deve ser realizado reforço da vacina a cada 10 anos
  • dTpa: vacina para gestantes a partir da 20.ª semana, que não foram vacinadas anteriormente
   Consulte seu médico para avaliar a necessidade de aquisição de vacinas não aplicadas de forma gratuita pelo SUS, como a meningite meningocócica A, C, W e Y, cólera, entre outras. 

Quais os perigos da falta de vacinas?

Mais do que uma prevenção individual, a falta de vacinação é um hábito que prejudica toda a humanidade. 

 

Por quê? Simples! Quanto mais pessoas não vacinadas, maiores as chances dos vírus de doenças já erradicadas retornarem. Foi o que aconteceu com o sarampo, no Brasil, já mencionado anteriormente. 

 

Talvez porque algumas doenças não estejam ativas há um bom tempo, as pessoas mais novas não tenham consciência de suas gravidades. Com isso, não dão a devida importância para a vacinação. 

 

Em 2011, a vacina contra a poliomielite tinha cobertura de 99,6% em território nacional. Em 2017, a cobertura foi de 78,47%. Isso significa que existem muitas pessoas deixando de vacinar seus filhos contra essa doença.

 

A poliomielite, considerada erradicada das Américas em 1994, pode deixar sequelas permanentes, como a paralisia, além de insuficiência respiratória, podendo levar à morte. 

 

A doença, que geralmente atinge crianças menores de 4 anos, pode ser uma dentre tantas capazes de reaparecer pois, pessoas não vacinadas, criam condições para que o vírus recomece a transmissão.

 

Outros perigos da falta de vacinação: 

 
  • Aumento nos números de casos de doenças infecciosas
  • Aumento da mortalidade, inclusive infantil
  • Reaparecimento de doenças consideradas erradicadas
  • Redução da expectativa de vida

Conclusão

 

Compreender a importância da vacinação é a melhor forma de combater a desinformação

 

A importância da vacinação está, como já vimos, diretamente ligada com a prevenção individual de doenças, mas também com a melhora da qualidade de vida e o aumento da expectativa de vida dos seres humanos.

 

Com o potencial para controlar e erradicar doenças que muito assombraram nossos antepassados, a vacina é a melhor forma de imunização. 

 

Através da aplicação do vírus desativado ou enfraquecido, o corpo pode produzir anticorpos para combater a doença, quando houver uma segunda infecção. Assim, se torna imune. 

 

Graças às vacinas doenças como a varíola, rubéola, poliomielite e sarampo haviam sido erradicadas. A varíola, em escala global! No entanto, em função das discussões e grupos contrários à vacinação, o Brasil já presenciou, em 2018 e 2019, o retorno do sarampo, que resultou em mortes, incluindo bebês. 

 

Para evitar que outras doenças importantes voltem a ser transmitidas, é preciso reforçar a importância da vacinação: acompanhe o calendário de vacinas do Ministério da Saúde e mantenha sua carteirinha em dia.

 

Se desejar mais informações sobre esse importante tema, confira os artigos sugeridos, abaixo: 

   

Tem alguma dúvida ou quer compartilhar sua opinião? Deixe um comentário!

 

Texto: Jailde Barreto / Design: Carolina Moura

Fonte: Ministério da Saúde e Centers for Disease Control and Prevention (CDC)

Conteúdo aprovado pelo responsável técnico-científico do Portal Unimed.


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