

enfrentar e recuperar o equilíbrio”, diz. Entretanto, toda mudança
pode gerar resistência. “A transformação de umhábito é determina-
da pela forma como encaramos as mudanças. Se encararmos como
um sacrifício, um desgaste ou um problema, dificilmente conse-
guiremos mudar. Mas, em contrapartida, se pensarmos que é uma
oportunidade demelhoria e umdesafio que trará benefícios amédio
e longo prazos para a nossa vida, teremos mais motivação para esse
propósito”, explica Vieira.
Alguns hábitos relacionam-se diretamente coma saúde e esta pode
ser justamente a motivação para mudá-los. De acordo com a médica
Angela Cristina Yano, especializada na promoção da saúde, praticar
mais atividades físicas e cuidar melhor da alimentação podem ser
ótimas oportunidades, não só para evitar doenças, como diabetes,
doenças cardiovasculares e câncer, mas também para desenvolver
novas habilidades, aumentar sua disposição e bom humor, ganhar
condicionamento, força e resistência, melhorar a aparência e a auto-
estima, entre outros benefícios.
Ano novo, vida nova
O cigarro, um dos maus hábitos que comprometem a saúde, era um
problema para Marcos Alves, que trabalha na área de relações em-
presariais externas da CNU. Avirada do ano de 2011marcou também
a passagem para uma vida sem a nicotina, após 27 anos fumando.
“O que me motivou a parar foi que queria uma vida mais saudável,
mais prazerosa. Aminha saúde já não ia muito bem, sentia pouco os
cheiros e o paladar foi afetado. Isso me consumia emocionalmente
e me incomodava demais”, conta. Após quase seis anos sem fumar,
ele sentemenos cansaço, voltou a sentirmelhor o cheiro das coisas e
recuperou o paladar.
O estresse, entre outros fatores, também tem sido apontado
como uma forte influência no surgimento de doenças como dia-
betes, hipertensão arterial, doenças reumatológicas e câncer.
“Omundo de hoje exige um ritmo acelerado para dar conta dos mui-
tos papéis que precisamos desempenhar diariamente. Tudo isto
exige um grande investimento emocional que faz com que, muitas
vezes, a pessoa se torne sobrecarregada e refémdas exigências exter-
nas, acarretando no estresse em níveis elevados e, consequentemen-
te, sérios prejuízos à saúde”, diz a psicóloga clínica da Unimed Porto
Alegre, Letícia Pereira.
Foi o caso do corretor Délio Reis, que há quatro anos esteve à bei-
ra de um colapso, causado por estresse e maus hábitos, quando uma
amiga o levou a fazer um curso de ioga e meditação. Interessando-se
cada vez mais pelo tema, ele viajou para a Índia, onde passou cinco
dias em Nova Deli e quatro em Bangalore. A partir de então sua vida
mudou. “Aprendi que fazemos parte de um sistema único: o corpo,
a mente e todo o universo estão conectados. Não há saúde no corpo
se a mente estiver doente e vice-versa. Não haverá paz no mundo se
você não experimentar a paz dentro de si”, diz.
comportamento
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vemVIVER
setembro 2016