Omédico como
paciente
A adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular
de exercícios físicos, alimentação balanceada e o acom-
panhamento profissional quando indicado são atitudes
essenciais para todas as pessoas, inclusive para os profis-
sionais da saúde, que desejam desfrutar de uma vida com
qualidade na terceira idade. A mesma poupança que se faz
para uma reserva financeira deve ser aplicada à saúde, o
que vai além da contratação de um bom plano de saúde e
exige disciplina e compromisso.
Contrariando a máxima "cuidar de si para poder cuidar
dos outros", não é incomum que os médicos deixem de
cumprir o que indicam aos seus pacientes. Em alguns ca-
sos, médicos e familiares são acometidos por doenças que
poderiam ter sido diagnosticadas precocemente e tratadas
antes de causarem danos mais avançados.
De acordo comMarlus Volney de Morais, gerente-médi-
co da Unimed Paraná, em um levantamento feito pelo setor,
com base na utilização do Plano de Assistência ao Coope-
rado (PAC), observam-se vários tratamentos de doenças ou
agravos que poderiam ter sido identificados previamente.
"Além da falta de cuidados físicos, muitas vezes os
profissionais deixam de fazer avaliações e acompanha-
mentos que gerariam menor sofrimento e maior qualida-
de de vida com o avançar da idade. Também entre as con-
sequências desses agravos está a impossibilidade parcial
ou total de trabalhar para fazer tratamentos invasivos.
Isso sem mencionar as mortes precoces por causas con-
sideradas hoje evitáveis ou com condições de tratamento
de longo prazo", alerta Morais. Um exemplo é o câncer de
próstata, que aparece como uma das principais causas de
doença e de mortalidade na população masculina do PAC
(Plano de Assistência ao Médico Cooperado).
José Roberto Tebet, consultor de oncologia da Unimed
Paraná, também reforça a necessidade de se avaliar os his-
tóricos familiares, fazer exames preventivos e participar dos
Programas de Atenção à Saúde oferecidos pela Cooperativa,
visando, assim, identificar fatores de risco e preveni-los.
Plano de Saúde x Poupança
Na opinião do diretor-
-superintendente da Unimed Paraná, Luís Francisco Costa, a
maioria dos médicos realmente não se cuida. "Ou ele mes-
mo se medica ou acaba consultando um colega especialista
no corredor do hospital", admite. Para o diretor, um grande
problema é o estabelecimento de cargas de trabalho muito
altas para alcançar e manter um padrão de vida melhor.
"Como a maioria dos médicos trabalha sem vínculo empre-
gatício, é essencial o investimento em seguros, poupança
e plano de saúde, pois, caso a força de trabalho deixe de
existir, por algum motivo, todo o patrimônio conquistado
poderá ser perdido em busca de tratamentos", analisa.
Ainda de acordo com ele, mesmo que uma família
deposite o valor equivalente a mensalidade de um plano de
saúde em uma poupança, com a disciplina de não fazer reti-
radas, o que costuma ser uma grande tentação, em uma ne-
cessidade de internamento em unidades especializadas ou
tratamentos invasivos, facilmente, a poupança não será su-
ficiente. "Essa comparação é complicada, porque a inflação
médica (cerca de 16% anual) é muito mais alta que a inflação
geral da economia (cerca de 5%). Isso porque a inflação em
saúde leva em conta a evolução tecnológica, novas drogas e
medicamentos e o custo real de um tratamento", lembra.
O surgimento de uma condição de desequilíbrio orgânico
produz danos de várias dimensões, entre elas: a biológica,
que implica cuidados com a doença e seu respectivo trata-
mento; a humana, em função do sofrimento que produz; a
social, especialmente quando atinge o provedor de recursos
para a família; e a dimensão econômica, que implica muitas
vezes a utilização do patrimônio para prover o tratamento.
"De tanto cuidar do aspecto material, deixa-se de cuidar
do maior patrimônio que se pode ter: a saúde", destaca Tebet.
O PAC tem cobertura diferenciada e, pelas suas carac-
terísticas de rateio entre seus integrantes, tem um custo
abaixo dos valores de mercado, mas a necessidade de se
fazer um planejamento financeiro se justifica pela com-
plexidade da saúde e pela imprevisibilidade de eventos
que podem acometer uma pessoa. "Ter um bom plano de
saúde como o PAC é apenas uma das medidas garantidoras
de um bom tratamento.", ressaltam os médicos entrevista-
dos. O plano de saúde é uma previdência específica para a
saúde, sendo necessário contar com adicionais como pou-
pança, plano de previdência e seguro de renda temporária
e vida, para arcar com eventuais despesas adicionais com
medicamentos e para assegurar qualidade de vida para si e
para a família, caso fique impossibilitado de trabalhar.
e s p e c i a l i d a d e s
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Pensar na saúde que se quer ter no futuro
implica em programação de hábitos de vida, ações
preventivas e até previdência sob a ótica financeira
a m p l a
jul/ago/set 2014