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Ovos
Até bem pouco tempo o ovo era visto como um dos 'vilões' da alimentação, com sérias restrições de
consumo indicadas por médicos de diversas especialidades. No vai-e-volta das notícias divulgadas nas
páginas dos periódicos dedicados à saúde, pesquisadores em todo o mundo anunciam, na atualidade,
que o alimento trata-se de um verdadeiro 'mocinho', merecendo papel de destaque na dieta humana.
De vilão
a mocinho
Além de ser delicioso, o ovo é um alimento muito fácil de preparar,
tem baixa caloria e é versátil, porque está presente na maioria das
receitas, das mais simples às mais sofisticadas. Mas as vantagens
não param aqui. A nutricionista Larissa Lodetti Pavei,  da Divisão
de Promoção da Saúde - DVPS da Unimed Grande Florianópolis,
afirma que o ovo é muito bom e pode sim ser consumido sem
preconceitos. "O perigo está apenas nos excessos, mas isto
ocorre com qualquer alimento".
Na tabela nutricional, o ovo encontra-se no grupo das proteínas.
Entretanto, um único ovo tem ainda muitos outros nutrientes
importantes para o organismo, como gorduras, cálcio e as
vitaminas A, D, E, K, e do complexo B. Sem falar no ácido fólico,
que é importante na produção de DNA, na formação do tubo
neural em fetos e no zinco, que ajuda na formação do sistema
imunológico. Além disso, tem função antioxidante e favorece a
cicatrização de feridas.
O ovo também contém colina, uma substância encontrada
principalmente na gema, que atua na proteção do cérebro,
por ser essencial à transmissão dos impulsos nervosos, e auxilia
na saúde dos ossos. A biotina, outra substância do alimento,
além de energética é responsável pela produção de cabelos
saudáveis e pela prevenção de cabelos brancos. Já a clara não
tem gordura e é riquíssima em albumina, um tipo de proteína.
"Duas unidades de ovos equivalem a uma porção de carne, frango
ou peixe, e não há necessidade de se ingerir mais do que isso.
As quantidades proteicas devem ser calculadas individualmente",
alerta a nutricionista, ao mesmo tempo em que adverte que é um
engano pensar que apenas a clara crua potencializa a absorção
da proteína. "Melhor é cozinhar o ovo, porque o cozimento não
anula a ação da proteína e ainda elimina o risco de contaminação
pela bactéria salmonela. Ressalta-se ainda que, quando a clara
é consumida crua, contém uma proteína chamada avidina, que
reduz a absorção de biotina e de outras vitaminas do Complexo
B. Portanto, o excesso de clara crua pode prejudicar a absorção de
algumas vitaminas importantes".
Larissa Pavei também desmitifica o conceito de que comer ovos
aumenta a taxa de colesterol no sangue. "Se for comparado com
outros alimentos, o ovo contém, realmente, uma quantidade
significativa de colesterol, mas segundo estudos mais recentes, o
colesterol se eleva muito mais pelo sedentarismo, história familiar,
obesidade e sobretudo por causa da 'gordura saturada', que é
muito mais prejudicial para o corpo, porque - esta sim - pode
resultar em problemas cardíacos e aumento do nível de colesterol
sanguíneo. E apesar de conter colesterol e ser um alimento de
origem animal, o ovo se torna prejudicial se for frito", ressalta a
nutricionista.
Segundo ela, alimentos industrializados, como biscoitos e bolos,
queijos e derivados de leite (principalmente os integrais) e carnes
gordas também são fontes de gordura saturada. E a maneira
como são preparados podem potencializar ou não este perigo.
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