REVISTA VIVA
|
31
RACIAL
Durante osmais de 300 anos de período escravocrata, oBrasil
recebeu 4 milhões de africanos e apenas há 120 anos a es-
cravidão foi abolida. Ainda é uma realidade recente, quando
comparado com outros períodos históricos. O membro do
Núcleo de Estudos Afrobrasileiros do Instituto Federal do
Espírito Santo (Ifes) Gustavo Forde, fez uma reflexão sobre
os desafios para a diversidade do negro no Brasil.
"Quando percebemos que estamos falando de relações
raciais no Brasil temos uma maneira muito clara que a
pobreza tem uma cor no Brasil e ela é negra. Se olharmos
as crianças de rua, os doentes nos corredores de hospital,
crianças e adolescentes que não têm sucesso escolar, elas
têm cor, isso é bastante evidente. É como se vivêssemos em
dois "Brasis". Um país pensando para a população branca,
cujo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é bem
favorável e um país vivido pela grande maioria negra de
IDH precário."
Forde destacou que dentro do aspecto da diversidade,
pensando a partir das populações negras, é muito impor-
tante sinalizar que, segundo dados do IBGE e IPEA, o Brasil
tem 50 % de população negra e isso atribui ao país o status
de ser a segunda maior nação negra do mundo em valor
absoluto, atrás somente da Nigéria.
"Nos últimos anos, houve avanços inegáveis fruto do pro-
cesso de luta e organização. A população que se autodeclara
negra tem aumentado e isso é positivo, pois na década de
1990, por exemplo, isso era umprocessomuito difícil, porque
fomos educados em uma sociedade racista e o racismo no
Brasil tem característica sutil, é um racismo velado."
Mas ele ressaltou que ainda hámuitos desafios, osmaio-
res estão vinculados ao campo governamental e a um con-
junto de legislações na área da saúde e da educação para
democratização do mercado de trabalho e cotas.
Segundo ele, a sociedade tem se mostrado indignada
commanifestações racistas. "Temos caminhado para fazer-
mos esforços na construção dessa sociedade onde brancos
e negros sejam tratados com respeito."
A população que se autodeclara negra tem
aumentado e isso é positivo
Gustavo Forde
Segundo levantamento divulgado pela Organização das
Nações Unidas (ONU), cerca de 10% da população mundial,
aproximadamente 650 milhões de pessoas, vivem com
algum tipo de deficiência. A realidade nestas condições
mostra que ser diferente é normal.
Em 2014, a Unimed Vitória, promove a terceira
edição da Semana da Diversidade, e com a parceria
da Sescoop/ES destaca a temática das pessoas com
necessidades especiais, sensibilizando os colaboradores,
gestores e cooperados sobre a importância de se lidar
adequadamente com as pessoas que apresentam algum
tipo de necessidade especial.
PAlEsTRAs
O início da Semana da Diversidade aconteceu no dia 31 de
março, no Auditório da Sede Administrativa, com palestra
A programação inclui palestras e intervenções artísticas.
sEMAnA dA divERsidAdE nA uniMEd viTóRiA
sobre o tema, ministrada por Leila Landgraf.
Leila é pedagoga especializada em Educação
Especial e presidente do Centro de Vivências
Despertar para a Vida.
No dia 2 de abril, os colaboradores conferiram
a palestra "Não sabendo que era impossível,
ele foi lá e fez", considerada umas das 10
melhores do Brasil, com Steven Dubner.
Dubner é educador físico e há mais de 30
anos especializado em esporte para as
pessoas portadoras de deficiência no Brasil
e nos Estados Unidos. Já atuou no Comitê
Paralímpico Brasileiro e na Confederação
Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas e
participou de diversas Paralimpíadas, além de
compor o quadro de fundadores da Associação
Desportiva para Deficientes (ADD).