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A célebre frase do cantor Raul Seixas - “eu prefiro ser uma metamorfose
ambulante” - resume certeiramente o que pensa e como vive GlóriaMaria. Ao longo de 40 anos
de profissão, a jornalista e apresentadora da Rede Globo já realizou distintos trabalhos e enfrentou diferentes desafios.
Começou a carreira cobrindo marcantes acontecimentos políticos e econômicos nacionais e do exterior. Quando
se deu conta, estava viajando por países exóticos como Mianmar, Marrocos e Vietnã, se aventurando de bungee jump
na Nova Zelândia e praticando rafting nas corredeiras do Grand Canyon, nos Estados Unidos. Diante de todas essas
histórias, o que mais contagia é a determinação e bom humor marcantes da jornalista e a sua vontade de superar os
próprios limites.
Nesta entrevista exclusiva à revista
Conexão Unimed
, realizada durante o Simpósio das Federações das Unimeds
de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, em Ouro Preto, Glória Maria conta como consegue se reinventar dia-
riamente nos âmbitos pessoal e profissional, definindo suas inspirações para encarar a vida como uma escada evolu-
tiva, em que a conquista do topo acontece por meio do autoconhecimento, bem-estar e crescimento interior.
Você aborda a questão da necessi-
dade da renovação diária. O que isso
quer dizer?
Acredito que faz parte da essência do
ser humano se reinventar, é um processo
constante de evolução. Você não pode
ficar parado, é preciso acompanhar o
ritmo do planeta. A nossa alma tem uma
necessidade de crescer a cada dia e se de-
senvolver. Ao longo da minha vida, quis
fazer coisas novas, ser reconhecida como
uma pessoa que sempre deu um passo,
que foi em frente. Nascemos um bebê e,
quando percebemos, já sabemos falar,
andar, construir pontes. A vida é um pro-
cesso de renovação diária e quanto mais
conhecimento absorvermos deste mun-
do, melhor para nós mesmos. Eu fui per-
cebendo que, para fazer isso, precisava
ficar mais alerta e estar pronta para supe-
rar as adversidades, os medos e os pre-
conceitos.
Durante sua carreira, você desempe-
nhou diferentes papéis no jornalismo.
Como conseguiu se reinventar e executar
atividades tão distintas?
Acho que, na vida, não podemos ficar
parados, temos que tentar abrir o olhar para
o mundo. Fui a primeira mulher no Brasil a
cobrir uma guerra (Guerra das Malvinas) e,
por muito tempo, estive envolvida compo-
lítica e economia. Depois, fui para a editoria
de comportamento e cultura, até chegar a
apresentadora do Fantástico. Fui fazendo
um pouco de tudo pois, afinal, vivemos em
umplaneta que está cheio de atrações para
nos oferecer. Vamos encontrando ao longo
da vida alguns degraus para subir. E eu
quero fazer o maior número de coisas en-
quanto estiver viva. Quando ficava muito
tempo em uma atividade, logo pensava:
“não posso fazer isso para sempre, preciso
tentar fazer outras coisas e ir além, me for-
çar a descobrir novos horizontes”.
A área médica tem passado por di-
versos desafios, como a precariedade da
saúde pública e o envelhecimento da po-
pulação em paralelo à descoberta da
cura de doenças crônicas. Na sua avalia-
ção, de que forma o profissional de saúde
pode se reinventar para se adequar a
esses cenários?
Acredito que todos os profissionais
têm a necessidade de criar e crescer. Para
isso, é preciso estar com os olhos bem
abertos. E o médico tem que fazer isso de
uma forma mais ampla. Os desafios vão
surgindo, a sociedade vai se modificando
e o profissional da área deve acompanhar
esses novos cenários. Se ele não tiver sa-
bedoria, o mundo vai caminhar para um
lado e ele para outro. O médico tem a sua
especialidade, mas, no meu entendi-
mento, precisa conhecer um pouco de
todas as outras áreas para ser melhor
como profissional e como pessoa.