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Revista Conexão - Outubro / Novembro / Dezembro de 2014 - Edição 15

Autorreconhecimento

POR MEIO DO

desde os primeiros meses de vida. “A re-

lação com o outro, que começa no con-

tato com os pais, forma a visão da pessoa

sobre ela mesma, deixando marcas po-

sitivas ou negativas que ficam em sua

personalidade”, comenta a psiquiatra e

psicanalista da Associação Mineira de

Psiquiatria, Marília Brandão Lemos Mo-

rais. Diante dessa vivência, a autocon-

fiança e o autorrespeito são fortalecidos

ou destruídos pelos adultos durante a in-

fância, resultando na forma como se é

respeitado, amado, valorizado ou encora-

jado a confiar em si mesmo.

No entanto, o inverso também

pode acontecer. “Posso ser

amado por minha família e

pelos outros e, mesmo

assim, não amar a mim

mesmo. Posso ser admi-

rado por meus colegas

de trabalho, mas me

ver como inútil. Posso

projetar uma ima-

gem de segurança

e equilíbrio que ilude todos à minha vol-

ta e, ainda assim, tremer por dentro ao

sentir minha inadequação.” A observação

de Marco Túlio de Aquino reflete bem

um fato crescente na população: a baixa

autoestima.

Um clássico exemplo é quando uma

pessoa se sente incomodada ao negar

algo para alguém. A ação gera um des-

conforto e ela acaba concordando com a

situação, mesmo não achando correto, e

essa atitude gera para ela um alívio.

“Quando a pessoa se julga menos capaz

Já dizia o filósofo grego Epíteto: “As

pessoas não são perturbadas por eventos,

mas pela visão que têm deles”. E como

você se enxerga diante do mundo? A par-

tir dessa interpretação de si mesmo, o in-

divíduo constrói o que é chamado de

autoestima. Mas, diante de um mundo

cada vez mais competitivo e individua-

lista, essa questão pode ser a chave para

o seu sucesso ou para o seu fracasso.

O psiquiatra da Unimed-BH e mestre

em Ciências da Saúde, Marco Túlio de

Aquino, salienta que, para entender o signi-

ficado da autoestima, é preciso saber que

sentimentos são manifestações que ocor-

rem na interação entre a pessoa e o am-

biente físico e social em que ela está

inserida. “Um indivíduo não nasce comesse

aspecto, que é desenvolvido no decorrer da

vida e está associado à possibilidade de ele

sentir-se livre e amado, de tomar iniciati-

vas e de apresentar criatividade, o que trará

positivos resultados para ele.”

Esse tipo de comportamento surge

junto com a estruturação de cada um,

Enquanto a autoconfiança é um

sentimento mais racional, de segurança

de si mesmo, a autoestima é

construída a partir da relação com

o outro, explica o psiquiatra Marco Túlio

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