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Unimed Federação Minas

vivo para resolver os problemas e não

para ficar me atormentando com eles.

Sou uma das poucas mulheres negras da

televisão brasileira e, nesses anos todos,

o número de repórteres mulheres e bran-

cas se multiplicou ao infinito e, infeliz-

mente, isso não aconteceu com os negros.

É uma das formas de preconceito, mas es-

tamos aqui para combatê-lo diariamente

por meio da lei, que hoje já protege as mi-

norias, e do nosso trabalho.

Após quase 10 anos como apresen-

tadora do programa Fantástico, você de-

cidiu fazer uma pausa. O que a levou

tomar essa decisão?

A minha rotina era a seguinte: prepa-

rava o programa de terça a quinta-feira, fi-

cava à disposição para gravar as chamadas

na sexta-feira e no sábado e apresentava o

programa no domingo. Então, o meu fim

de semana era a segunda-feira. Quando

chamava meus amigos para sair, eles fa-

lavam: “mas Glória, amanhã eu trabalho”.

E vivi assim por muito tempo, na contra-

mão da maioria das pessoas. De repente,

me deu um clique e eu disse: “preciso dar

uma parada para ver o que quero fazer da

minha vida”. Não dá para viver só para o

trabalho, e queria ver se conseguia me-

lhorar a minha história. Negociei com a

Rede Globo essa pausa e fiquei dois anos

no mundo: fui fazer um trabalho voluntá-

rio com crianças carentes na Índia, na

África e na Bahia, e isso me deu uma ener-

gia que achava que não tinha mais. Na

Bahia, encontrei minhas duas filhas.

E como foi ser mãe depois de tantos

anos?

Eu achava que nunca seria mãe e, por

muitos anos, nunca tive vontade de ter fi-

lhos. Só que a vida, às vezes, nos muda e

agora vejo que nasci para ser mãe. Está

sendo uma experiência maravilhosa, com

muita aventura e muito aprendizado.

Hoje, eu vivo para as minhas filhas. E es-

pero que elas não sejam tão birutas

quanto a mãe, em querer correr tantos ris-

cos, mas, se quiserem, é a vida delas.

Acredito que filhos a gente educa, pre-

para-os e deixa-os caminhar.

Você também é vista como uma pes-

soa que valoriza o bem-estar e a quali-

dade de vida. O que faz para cuidar da

saúde?

Faço pilates e caminho com frequên-

cia. Além disso, cuido muito bem da ali-

mentação. Não como nenhum tipo de

molho branco, creme de leite, pizza e fa-

rinha, só arroz integral de carboidrato.

Doce também não entra na minha dieta,

prefiro as frutas. Nunca fui de tomar refri-

gerante e faz muito tempo que não con-

sumo nenhuma bebida alcoólica. Vou ao

médico com frequência e tomo dezenas

de vitaminas por dia. Elas são para tudo:

sistema imunológico, dar energia, preve-

nir o envelhecimento das células do cére-

bro. E todas as pílulas são absolutamente

naturais. É algo que me faz bem.

O que o envelhecimento significa

para você?

Eu não sei o que é isso, então, não

posso responder sobre uma coisa que não

conheço (risos). Mas acredito que cada

pessoa deve se preocupar com as suas

prioridades. Tempo e idade não são preo-

cupações para mim. Quanto mais se

pensa no tempo, mais ele é cruel com

você. Quando ficamos muito preocupa-

dos com a idade, ela o detona e, se você

não pensa nela, ela o esquece. O tempo

de um é muito diferente do tempo de

outro, 24 horas para mim não represen-

tam o mesmo tempo para outras pessoas.

Então, não sei o porquê do tempo ser de-

finido dessa forma, o que importa é o que

está dentro de cada um.

Hoje, quais são as suas prioridades

pessoais e profissionais?

Eu gosto de aprender, de crescer.

Quero ser uma pessoa plena, fazer o meu

trabalho de uma maneira prazerosa e que

seja, de alguma forma, útil para as pes-

soas. O meu objetivo é ser alguém com

um olho bem aberto para aprender tudo o

que o mundo está me oferecendo e dividir

isso com as pessoas. O resto é bobagem.

Nós nascemos em

uma cidade e em

umpaís, mas vivemos

emumplaneta que

temmil outras atrações.

Viajar paramim é

conhecer a alma

das pessoas