16
-paciente: a anamnese. "É a partir dela que o
paciente sente o interesse genuíno do médico
com sua condição. Isso faz toda a diferença. É
evidente que muitos pacientes têm dificuldade
de expressar seus sintomas ou até de responder
perguntas simples. No entanto, por outro lado,
os profissionais da Medicina também contri-
buem negativamente ao adotarem palavras téc-
nicas muitas vezes incompreensíveis para quem
as escuta ou não dispensar atenção suficiente
na entrevista. A fala deve ser adequada a quem
se destina", relata.
Para ilustrar a situação, Claudia lembra uma
experiência pessoal. No ano passado, seu pai
apresentou um quadro de saúde bastante grave
(hoje está recuperado). Foram muitas consultas
a diversos especialistas. "De todos eles, apenas
um abordou esse senhor de 89 anos com uma
postura elogiável. Levantou-se e foi até a porta
do consultório recebê-lo com um largo sorriso e
um acolhedor aperto de mãos. Além disso, toda
a detalhada anamnese foi dirigida a ele, e não
a mim, o que frequentemente acontecia com
outros profissionais. Era importante para aquele
médico que meu pai, o paciente, expressasse por
si os seus sintomas. A consulta foi ótima, trazen-
do resultados admiráveis. Até hoje, ele ainda fala
daquele 'doutor'", conta.
Marca Pessoal
Conforme explica Claudia,
quem se preocupa com sua 'marca pessoal' deve
saber, em primeiro lugar, que não existe uma fór-
mula mágica que funcione igualmente bem para
todas as pessoas. "A melhor alternativa depende
de como o profissional quer se posicionar e para
quem, a partir de suas características, atributos,
competências, objetivos e paixões", sugere.
Nesse sentido, a especialista lembra que,
para o desenvolvimento de uma marca pessoal
efetiva, devemos estar cientes de que não é
possível agradar a todos, por isso segmentar e
definir o público que queremos influenciar é fun-
damental. No caso da prática médica, significa
escolher uma especialidade que considere não
apenas a remuneração, mas também o tempo de
estudo, o local de trabalho, as jornadas de tra-
balho, a relação com o paciente, a necessidade
de atualização constante e a satisfação de trazer
bem-estar para o paciente.
"Todas essas considerações devem estar
fundamentalmente permeadas pelas aspirações
pessoais para que as adversidades da ascensão
sejam mais facilmente superadas. Afinal, o ca-
minho é árduo. Inclui atendimento em hospitais
públicos, plantões em prontos-socorros, con-
dições precárias para o exercício da profissão,
remunerações tabeladas pelo SUS, até que se
chegue ao patamar desejado", alerta.
O caminho
A construção de uma marca está di-
retamente ligada aos conceitos de marketing pes-
soal, ferramenta que compreende um conjunto de
ações planejadas que tem por objetivo principal
aprimorar a posição atual ou a conquista de uma
nova posição no mercado de trabalho de qualquer
profissional, em qualquer área de atividade.
Para seguir esse caminho, Claudia orienta
que é preciso atentar para a máxima socráti-
ca: 'Conhece-te a ti mesmo'. Segundo ela, o
autoconhecimento é um exercício periódico e
detalhado que consiste na identificação de um
conjunto de características sobre nós próprios.
Além de ser fundamental e estratégico para o
planejamento da carreira. "O fato de estarmos
cientes de nossos limites e potencialidades nos
dá maior confiança para determinarmos até onde
podemos chegar com as forças que temos e
quais limites precisam ser superados. Dessa for-
ma, estaremos criando as condições necessárias
para extrairmos o máximo de benefícios de cada
situação frente às nossas aptidões", orienta.
Legitimidade
A profissional acrescenta ainda
que a autenticidade é a única maneira de promo-
ver uma marca pessoal legítima, "sendo honesto
sobre seus atributos, qualidades e competências;
consistência em tudo o que você faz, ou decide
não fazer, desde a forma de falar ao telefone até
''
A impressão
que causamos
é processada nos
primeiros
sete segundos emque
somos
apresentados
a alguém
a m p l a
C a pa
jun/jul 2014