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Desmame e alterações na fala

Entenda como realizar um desmame saudável e gradual, garantindo nutrição e bem-estar emocional para mãe e bebê. Saiba mais!
        22 de maio, 2024
Desmame é o processo de transição em que o bebê deixa de ser nutrido com o leite materno e passa a ter contato com outros alimentos. É recomendado que o desmame seja feito de forma gradual e realizado com alimentos complementares, junto com o leite materno, a partir dos seis meses de idade. 

Durante a transição, a mãe e o bebê podem sofrer alguns impactos, dentre eles: a  mudança de tamanho das mamas da mãe, ingurgitamento mamário (mamas muito cheias e leite com sensação de empedramento), bloqueio do ducto lactífero e mastite (infecção das mamas). Além disso, o desmame pode desencadear uma variedade de emoções na mãe, incluindo alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e arrependimento. Essas emoções podem ser resultado da transição para uma nova fase na relação mãe-bebê, bem como da mudança hormonal associada ao desmame. 
Como fazer um desmame saudável?
  • Substituir, gradualmente, o leite materno por uma refeição completa que inclua os cinco grupos alimentares, garantindo uma dieta balanceada e nutritiva para a criança;
  • Permitir que outras pessoas além da mãe ofereçam as refeições, facilitando a adaptação da criança a diferentes cuidadores e rotinas alimentares;
  • Evitar passar alimentos com sabores amargos ou azedos nos seios, para não associar a experiência da amamentação a sensações desagradáveis;
  • Demonstrar paciência e compreensão durante o processo, pois a criança está aprendendo a comer e pode levar tempo para se ajustar a novos alimentos e rotinas;
  • Respeitar os sinais de saciedade da criança, evitando forçá-la a comer além do necessário e permitindo que ela regule sua própria ingestão de alimentos;
  • Criar outros momentos de afeto e vínculo, substituindo o "cantinho de mamar" por atividades reconfortantes e amorosas que fortaleçam a relação entre mãe e filho;
  • Buscar orientação profissional para a escolha de opções adequadas de fórmulas infantis, caso necessário, garantindo que a criança receba os nutrientes necessários para seu desenvolvimento;
  • Entender que a amamentação vai além da nutrição, sendo também um momento de acolhimento, afeto e segurança para a criança, e proporcionar outras formas de demonstrar amor e cuidado durante o desmame.
Não é recomendado o desmame abrupto, pois pode causar efeitos emocionais significativos no bebê, incluindo rejeição, insegurança e uma série de reações emocionais e comportamentais, como ansiedade, irritabilidade, choro excessivo e rebeldia.

Alguns fatores que ocasionam o desmame precoce são: retorno à jornada de trabalho, problemas anatômicos da mama, uma nova gravidez, o retorno da menstruação, comprometimento da saúde da mãe, alguns medicamentos, alergia a proteína do leite de vaca, depressão pós-parto, entre outros.

O Fonoaudiólogo desempenha um papel crucial quando se trata de evitar o desmame precoce e auxiliar na amamentação. Desde as primeiras horas de vida do bebê, o profissional oferece orientações e realiza avaliações fonoaudiológicas fundamentais para o desenvolvimento saudável da criança. As avaliações consideram diversos aspectos, como o vínculo mãe-bebê, a amamentação, as estruturas orofaciais, o frênulo lingual, a respiração, a deglutição, além de identificar possíveis patologias, refluxo e reflexo de gag. É importante ressaltar que algumas condições, como laringomalácia, alterações no frênulo, retrognatia, respiração oral, problemas na mastigação, deglutição e fala, podem influenciar significativamente no processo de desmame.

No processo de desmame podemos citar alterações como: dificuldade de comer alimentos duros devido a falta de tônus muscular, perda da sensação de sabor e olfato devido à respiração oral, e alterações na sensibilidade oral devido à falta de higiene bucal por parte da família.  Durante esse período, é essencial permitir que a criança explore os alimentos, experimente diferentes texturas e respeitar suas sensações. Recomenda-se o uso de uma cadeirinha de alimentação apropriada, evitar o uso de telas (celular, tablet, TV), estimular movimentos com a boca, cantar canções e oferecer uma variedade de alimentos para garantir uma transição suave para uma dieta sólida.

Segundo a fonoaudióloga Glauce Souza “este período traz grande impacto nas estruturas orofaciais, respiração, mastigação e percepção auditiva da criança, potencialmente afetando o desenvolvimento da fala”. Essas alterações podem se manifestar através de substituições, omissões e distorções dos sons da fala, por isso é essencial buscar ajuda profissional.

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