Como ajudar seu filho adolescente com depressão?

Apesar de parecer só mais uma mudança da adolescência, esses comportamentos podem ser sinais de algo mais sério.
        07 de março, 2025

De um dia para o outro, seu filho adolescente, normalmente comunicativo e cheio de energia, começa a ficar mais calado, se isolando de amigos e abandonando as atividades que antes adorava. Apesar de parecer só mais uma mudança da adolescência, esses comportamentos também podem ser sinais de algo mais sério, como a depressão.

Para os pais, é fundamental entender o que está acontecendo e descobrir como agir. Neste artigo, vamos explorar os principais sintomas, as possíveis causas e como você pode ajudar seu filho a superar essa fase desafiadora.

 

Quais são os sinais de depressão em adolescentes?


 

A depressão pode afetar vários aspectos da vida de um adolescente, como o rendimento na escola, os relacionamentos em casa e as amizades. Preste atenção a estas mudanças:

Emoções: tristeza constante, crises de choro sem motivo aparente, sensação de vazio e baixa autoestima.
Comportamento: irritação frequente, perda de interesse em atividades de lazer, dificuldade para se concentrar, impaciência, isolamento social, descuido com a aparência, uso de drogas ou álcool, automutilação e queda no desempenho escolar.
Pensamentos: pessimismo sobre o futuro, pensamentos repetitivos e negativos, excesso de culpa, autocrítica severa e até pensamentos sobre morte.
Físico: problemas para dormir (insônia ou dormir demais), mudanças no apetite (comer mais ou menos do que o normal), cansaço constante e dores sem explicação.

 

Quando é hora de procurar ajuda profissional?


Se você perceber que esses comportamentos estão atrapalhando a rotina do adolescente ou persistem por semanas, é importante buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.

Se o próprio adolescente pedir ajuda, ouça com atenção e sem julgamentos, mostrando apoio e incentivando o tratamento.

Agora, se você observar comentários e comportamentos suicidas, é hora de agir rápido, entrando em contato com serviços de emergência ou redes de apoio. Não deixe o jovem sozinho e acompanhe-o até um hospital ou pronto-socorro especializado em saúde mental.

 

O que pode causar depressão em adolescentes?


Há quem diga que adolescente não tem problema, então não tem por que ter depressão. Isso não é verdade! A depressão pode ter várias causas, que geralmente estão interligadas. Entre elas estão:


 

  • Alterações biológicas, como desequilíbrios nos hormônios e neurotransmissores;
  • Fatores familiares, como histórico de depressão ou outras condições psiquiátricas;
  • Experiências difíceis, como bullying, problemas em casa, abuso ou perdas significativas;
  • Dificuldades na escola, seja no desempenho acadêmico ou nas relações sociais;
  • Condições de saúde, como doenças crônicas ou transtornos alimentares.

 

Quais são os sinais de depressão em adolescentes?


O melhor que você pode fazer para ajudar um adolescente com depressão é estabelecer um diálogo aberto e praticar a empatia. Escute-o com atenção, sem julgamentos, e procure entender como ele se sente, mostrando que você está ao lado dele para enfrentar os desafios juntos. Algumas estratégias incluem:

  • Criar um ambiente acolhedor: mostre que você realmente se importa com os sentimentos e experiências do adolescente. Pergunte como ele está, escute com atenção e evite julgamentos.
     
  • Estabelecer rotinas saudáveis: encoraje refeições equilibradas, atividades físicas regulares e tempo para descanso e lazer.
     
  • Monitorar o tempo de tela: muito tempo no celular ou computador pode aumentar o isolamento e agravar os sintomas de depressão. Incentive atividades fora das telas que o adolescente goste.
     
  • Apoiar no tratamento: participe ativamente das consultas e sessões de terapia. Isso mostra que ele não está sozinho e que você está comprometido com a recuperação dele.

 

A depressão não tratada pode causar sérios impactos na vida de um adolescente, mas é importante lembrar que isso não é uma sentença definitiva e os pais e responsáveis não precisam lidar com isso sozinhos: psicólogos, psiquiatras e redes de apoio estão preparados para ajudar. Com o suporte certo, é possível superar os desafios e proporcionar ao jovem a chance de construir um futuro mais saudável e feliz.

Fontes: Sociedade Brasileira de Pediatria (123) | Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul