Parkinson é hereditário? Existe prevenção?

Confira 6 perguntas e respostas sobre a doença que provoca tremores e lentidão nos movimentos
        31 de julho, 2023
A doença de Parkinson atinge aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é que cerca de 200 mil pessoas tenham a doença.



Conhecida pelos tremores, rigidez nas articulações e lentidão nos movimentos, a doença ainda desperta muitas dúvidas entre pacientes e familiares. Reunimos alguma delas:



1. Parkinson é hereditário?

Não necessariamente. O Instituto Americano de Distúrbios Neurológicos e Derrames estima que entre 15 a 25% das pessoas com Parkinson tenham casos da doença na família.

Os achados até o momento permitem afirmar que, apesar de haver fatores genéticos envolvidos, isso não significa que a mutação seja transmitida de pais para filhos. Da mesma forma, o fato de ter um gene relacionado ao Parkinson não implica que a pessoa desenvolverá a doença.

 

2. O que causa a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson ocorre quando há a morte das células nervosas responsáveis pela produção de dopamina – um tipo de neurotransmissor que, entre outras funções, regula os movimentos do corpo.

Essa redução é comum entre idosos, mas, quando ocorre de forma acelerada, é indicativo da doença. As causas dessa morte acelerada de células ainda estão sendo estudadas pela ciência.

Atualmente, acredita-se que há causas genéticas (estima-se que cerca de 10 a 15% dos casos estão associados a alterações em genes específicos), mas também ambientais e de estilo de vida.

 

3. Como prevenir a doença de Parkinson?




Não há como garantir a prevenção da doença de Parkinson. Mesmo que seja possível identificar a presença de mutações genéticas relacionadas, ainda não existem estratégias terapêuticas eficazes para evitar que a doença se desenvolva.

Enquanto os estudos evoluem, a recomendação é seguir uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas e antioxidantes, bem como a prática regular de exercícios físicos. Esses bons hábitos aumentam as chances de um envelhecimento saudável, inclusive para as células do cérebro.

 

4. Com que idade aparecem os sintomas do Parkinson?

A doença costuma aparecer em pessoas com mais de 60 anos de idade. O diagnóstico em pessoas mais jovens é bastante raro. Estima-se que apenas 2% das pessoas com Parkinson tenham a chamada doença de Parkinson de início precoce, ou seja, diagnosticada antes dos 40 anos.

Apesar de os sintomas serem bem parecidos com os dos pacientes idosos, entre os jovens com Parkinson, a distonia (rigidez ou cãibras repetidas) costuma estar entre os primeiros sinais, bem como a maior frequência de discinesia (movimentos involuntários do corpo).

Por outro lado, a progressão da doença costuma ser bem mais lenta nesse grupo abaixo dos 40 anos, com menor perda cognitiva e funcional. Assim, os pacientes que desenvolvem o Parkinson de início precoce conseguem manter uma vida ativa intelectual e fisicamente por muito mais tempo.

 

5. Sintomas da doença de Parkinson

Os sintomas da doença de Parkinson não são sempre os mesmos, podendo variar de pessoa para pessoa. Normalmente, os sinais iniciais são sutis, lentos e graduais, o que dificulta para o paciente dizer exatamente quando começaram.

Os principais sintomas da doença de Parkinson são:
  • lentidão motora (bradicinesia)
  • redução da quantidade de movimentos (acinesia)
  • tremores em repouso (normalmente nas mãos e em apenas um dos lados do corpo)
  • rigidez nas articulações de punhos, cotovelos, ombros, coxas e tornozelos
  • desequilíbrio
Além desses sintomas motores, o paciente com Parkinson pode apresentar distúrbios da fala, dificuldade para engolir, depressão, dores, tontura e alterações intestinais e distúrbios do sono. Problemas com equilíbrio e postura instáveis podem tornar difícil sentar-se ou levantar-se de uma cadeira. Caminhar é realizado com passos pequenos e arrastado e uma postura curvada.

Outra característica importante e fácil de reconhecer é a alteração na caligrafia: a pessoa tende a demorar mais para escrever (mais tempo com a caneta no ar planejando a próxima palavra), aplicar menor pressão sobre o papel e ter a letra menor que antes.

Por isso, vale lembrar: nem todo tremor é Parkinson! Os tremores característicos da doença são os chamados tremores de repouso. Ocorrem quando a pessoa está parada e relaxada e tendem a diminuir ou desaparecer quando ela faz algum movimento. Na fase inicial da doença, é comum que se manifeste apenas em um dos lados do corpo.

Por outro lado, nem todo paciente com Parkinson apresenta tremores. Estima-se que em 30% dos casos esse sintoma esteja ausente e o diagnóstico é feito a partir dos outros sintomas.

Outros sintomas podem incluir: depressão, ansiedade, sono perturbado, perda de memória, fala arrastada, dificuldade em mastigar ou engolir, constipação intestinal, controle de bexiga prejudicado, regulação anormal da temperatura corporal, disfunção sexual, cãibras, dormência, formigamento ou dor muscular.

 

6. Parkinson tem cura?

Não há cura para o Parkinson, que é uma doença crônica. Ainda assim, os tratamentos medicamentosos ou cirúrgicos podem reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Eles são indicados de forma personalizada pela equipe médica. Além de remédios de uso contínuo ou cirurgias, podem ser recomendadas terapias complementares, como fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia para lidar com as mudanças nas habilidades motoras.

Um grande aliado no acompanhamento de pessoas com Parkinson é o hábito regular de exercícios físicos.