O Brasil está entre os 30 com maior carga da doença no mundo, com uma média de 70 mil novos casos por ano. Apesar dos avanços no tratamento e prevenção, a tuberculose ainda representa um desafio para os sistemas de saúde, especialmente em regiões com condições socioeconômicas desfavoráveis. Em 2023, o Ministério da Saúde anunciou que pretende alcançar as metas de eliminação da tuberculose como um problema de saúde pública até 2030. Dentro do projeto, está a meta de reduzir para menos de 230 óbitos por ano no Brasil e menos de 10 casos para cada 100 mil habitantes. 

A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria. Ela afeta principalmente os pulmões, mas também pode afetar outras partes do corpo, como ossos, rins e meninges. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose é uma das 10 principais causas de morte em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 1,4 milhão de óbitos anualmente. Em 2022, a tuberculose foi a segunda maior causa de morte por um único agente infeccioso no Brasil, superada apenas pela doença do coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19). 

Neste Dia Mundial de Combate à Tuberculose, é essencial aumentar a conscientização sobre essa doença que continua a ser uma ameaça significativa à saúde global.

Dados sobre a Tuberculose

No Brasil:
Cerca de 80 mil pessoas adoecem pela doença a cada ano. Em 2023 a incidência foi maior em homens adultos, representando 69,2% dos casos. Pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas representam 65,2%.

Prevalência Global:
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de um quarto da população mundial esteja infectada com a bactéria causadora da tuberculose, representando aproximadamente 2 bilhões de pessoas.

Distribuição Geográfica:
A tuberculose é uma doença que afeta países de todas as regiões do mundo. No entanto, as queixas da doença são maiores em países de baixa e média renda, onde a falta de acesso a serviços de saúde e a alta taxa de HIV/AIDS contribuem para a disseminação da doença.

Tuberculose Multirresistente e Extensivamente Resistente:
Uma das preocupações crescentes no combate à tuberculose é o surgimento de cepas resistentes a múltiplos medicamentos, conhecidas como TB-MDR e TB-XDR. Estas cepas tornam o tratamento mais desafiador e prolongado, aumentando a morbidade e mortalidade da doença.

Tuberculose e HIV/AIDS:
A coinfecção de tuberculose e HIV/AIDS representa um importante desafio à saúde. A imunossupressão causada pelo HIV aumenta significativamente o risco de desenvolver tuberculose ativa em indivíduos infectados pela bactéria.
A África Subsaariana é a região mais afetada por essa interseção de epidemias.

As populações mais afetadas pela tuberculose são frequentemente aquelas que já estão em situação de vulnerabilidade socioeconômica, perpetuando o ciclo de pobreza e doença.

Sinais e Sintomas

 Os sintomas da tuberculose podem variar conforme a forma da doença e a área do corpo afetada. 

Conforme alerta o Infectologista, Dr. Rodrigo Barbosa da Unimed Marília: “A forma mais frequente, pulmonar, costuma apresentar-se com os seguintes sintomas: tosse, febre no período da tarde, emagrecimento, suor excessivo no período da noite (sudorese noturna).
Com o decorrer do tempo os sintomas tornam-se mais marcantes, a tosse mais acentuada acompanhada também de falta de ar, o emagrecimento mais visível.
A presença de escarro fica mais acentuada e o diagnóstico pode ser feito pela pesquisa do agente causador (Mycobacterium tuberculosis) no escarro, além do auxílio da radiografia. Outros exames mais sofisticados também podem ser utilizados, mas habitualmente esses são suficientes.”

É importante estar atento a esses sinais e buscar assistência médica caso apresente algum deles, especialmente se estiver em grupos de risco, como pessoas vivendo com HIV, diabéticos, fumantes, entre outros.

Tratamento e Controle

O tratamento da tuberculose envolve geralmente a combinação de antibióticos por um período. É necessário seguir as orientações médicas e fazer todo o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam, para evitar o desenvolvimento de cepas resistentes da bactéria.

Além do tratamento, o controle da tuberculose também requer medidas de prevenção, incluindo o diagnóstico precoce, o isolamento de pacientes infectados e a promoção de políticas de saúde pública eficazes.

A Importância da Vacina BCG

No Brasil, uma das ferramentas mais importantes na prevenção da tuberculose é a vacina BCG. Essa vacina é oferecida logo após o nascimento e possui proteção contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose meníngea. Apesar de não conferir proteção total contra a infecção, a vacina BCG tem sido fundamental na redução da morbidade e mortalidade associadas à tuberculose em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil.

A conscientização, o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e a promoção de medidas preventivas, como a vacinação com BCG, são essenciais para controlar a propagação da tuberculose e proteger a saúde em todo o mundo.