REVISTA VIVA
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abe aquele frio na barriga quando faze-
mos algo inesperado e incomum? E o
coração acelerado quando vemos al-
guém especial? Ou a adrenalina que sentimos
ao realizar algo grandioso, seja no esporte ou na
vida profissional? Com certeza você sabe. To-
dos se emocionam através de ações que tocam
e fazem com que cada pessoa reaja de forma
própria diante de diversas situações.
Nossa percepção do mundo é afetada pelas
emoções que desempenham importante papel
para nos manter vivos, como o medo que senti-
mos ao nos expormos ao perigo. Assim como a
compaixão, a culpa e a vergonha que orientam
nosso comportamentomoral, ou a alegria que nos
incentiva a fazer o que precisamos para prosperar.
Emoções mudam nosso estado de espírito e
causam reações no nosso corpo, aceleram o ba-
timento cardíaco, arrepiam, produzem tensões
musculares e dilatam as pupilas, por exemplo. As
reações são moduladas de acordo com a nossa
personalidade e experiências pessoais e culturais.
Conforme a intensidade, elas podem provocar
distúrbios e doenças, por isso, é preciso destacar
que as emoções por si só têm limites. Em muitas
situações precisamos ser capazes de avaliá-las e di-
zer não a elas. "Temos que desenvolver a razão para
saber dimensioná-las. Analisar as situações com
minúcia, raciocinar sobre elas e decidir quando
uma emoçãonãoévantajosa", explicouopsiquiatra
Vicente Ramatis, cooperado Unimed Vitória.
CORAÇÃO
As emoções estão atreladas ao coração e ao cére-
bro. Segundo o cardiologista Renato Serpa, coope-
radoUnimedVitória, o cérebro é o responsável por
receber as informações externas e as transformar
em emoções que, através da produção e liberação
de substâncias pelo corpo, emespecial no coração,
geram diversas reações adaptativas.
Emoções negativas podem resultar em pal-
pitação, redução dos vasos, elevação da pressão
arterial e dos batimentos cardíacos, inquietação,
fadiga, respiração rápida, irritabilidade, dificul-
dade de concentração, tensão muscular, insônia,
ansiedade, depressão e queda do sistema imuno-
lógico, "gerando maior susceptibilidade ao apa-
recimento de doenças cardiovasculares, como
crise hipertensiva, arritmia cardíaca e até infarto
ou AVC, além de infecções e até tumores", frisou
o cardiologista. Também podemos observar di-
latação das pupilas, contrações intestinais e da
bexiga, inibição dos reflexos sexuais, sudorese e
sensação de boca seca.
Por Astrid Malacarne
Renato Serpa explicou que
emoções são produzidas
pelo cérebro, que recebe as
informações e as transforma
em substâncias pelo corpo, em
especial no coração
Fotos: Ricardo Galvão / Arquivo / Divulgação | Edição: Bruno Rover
As emoções precisam de
limites em certas ocasiões,
pois podem gerar doenças
e distúrbios, alertou o
psiquiatra Vicente Ramatis