Voltar Dia da mulher é lembrete de que a luta ainda não acabou

Dia da mulher é lembrete de que a luta ainda não acabou

Texto: Unimed Vitória
        07 de março, 2022

*Artigo publicado dia 06/03/2022 no jornal A Tribuna

O Dia Internacional da Mulher, data que comemoramos neste 8 de março, é resultado da luta das mulheres ao longo da história. Uma trajetória pavimentada por manifestações, mobilizações e protestos por direitos, os quais não podemos esquecer. Esta data simbólica é um momento de reflexão para mulheres em todo o mundo. 

Muitas conquistas podem ser comemoradas, mas sabemos que ainda há um caminho cheio de obstáculos a ser atravessado. Se hoje mulheres ocupam cargos de chefia, lideram grandes companhias e brilham nas mais diversas profissões, só elas têm a verdadeira dimensão dos esforços que tiveram – e têm – que fazer seguir no páreo contra concorrentes que ainda levam vantagem na sociedade. 

Para se ter uma ideia, uma projeção feita pelo Fórum Econômico Mundial em 2018 mostrou que serão necessários mais de dois séculos para a igualdade de gênero no mercado de trabalho acontecer. Na educação, na política e na saúde, as desigualdades entre homens e mulheres precisarão de 108 anos para desaparecer, afirma o estudo.

A doutora em história política, ativista acadêmica, feminista negra e professora Angélica Ferrarez declarou em uma entrevista: “o processo de empoderamento feminino passa pela educação e pela comunicação”. E esse é um processo lento que vem acontecendo diante dos olhos da humanidade. Foi só no ano de 1827, a partir da Lei Geral, que as mulheres foram autorizadas a entrar nos colégios e a estudar além da escola primária. 

No Brasil, conquistamos o direito de votar em 1932. Em 2022 comemoramos 90 anos dessa vitória, que só foi possível graças à organização de movimentos feministas no início do século XX. As mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro, conforme estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda assim, elas são minoria na política, com somente 12% das prefeituras brasileiras.

Outros direitos, que atualmente consideramos óbvios e naturais, também demoraram para acontecer: a Lei do Divórcio, por exemplo, é de 1977. Apenas depois de sua promulgação, em 26 de dezembro daquele ano, é que o divórcio se tornou uma opção legal no Brasil. Dois anos depois, em 1979, as mulheres passaram a ter o direito de praticar futebol. Antes disso, o esporte era considerado inadequado para pessoas do sexo feminino.

Grande conquista para as mulheres no combate à violência, a “Lei Maria da Penha” começou a vigorar em 2006. Até então os casos de violência doméstica eram enquadrados como pequenas causas. Só após muita pressão popular a violência doméstica passou ser considerada potencial para levar ao feminicídio.

E assim seguem as mulheres, passo a passo, direito a direito. O dia a dia dessas guerreiras não deve ser romantizado. A luta é grande e ainda está longe de terminar. Que elas sejam reconhecidas por seu valor, com igualdade e respeito. O Dia da Mulher deve ser muito celebrado. Sempre!

Karla Toríbio Pimenta é médica e diretora de Recursos Próprios da Unimed Vitória