Voltar Dia Nacional de Combate ao Fumo: seis dicas para quebrar os gatilhos e abandonar o cigarro

Dia Nacional de Combate ao Fumo: seis dicas para quebrar os gatilhos e abandonar o cigarro

Texto: Unimed Vitória
        29 de agosto, 2023
O hábito de fumar está associado a doenças cerebrovasculares e a diversos tipos de cânceres. Segundo especialistas, mudanças no dia a dia são essenciais para o controle da dependência

Qualquer tipo de cigarro, seja o comum ou o cigarro eletrônico (vape), causa sérios danos à saúde. Mas livrar-se dessa dependência não é fácil e o caminho a ser percorrido pode ser longo. No dia Nacional do Combate ao Fumo, celebrado nesta terça-feira (29), especialistas dão dicas de como é possível mudar hábitos para abandonar o cigarro e, acima de tudo, mostrar que ninguém está sozinho nessa caminhada. 

A psicóloga do Viver Bem Unimed Vitória, Mariana Machado, explica que o primeiro passo é entender que o vício no fumo, assim como os outros tipos de vício, é movido por uma questão emocional, como uma ansiedade excessiva. Na busca por fugir dessas sensações, o cigarro passa a ser usado como uma fonte de alívio. 

“Por isso, é essencial que a pessoa diminua gradualmente o uso do cigarro para que seu organismo se adapte à falta dessa substância e que busque tratamento psicológico e psiquiátrico tanto para tratar os aspectos emocionais envolvidos nesse vício quanto para fortalecimento emocional para enfrentar o processo de abandono do vício do cigarro”, pontua a psicóloga do Viver Bem Unimed Vitória, Mariana Machado. 

Aliado ao tratamento psicológico e psiquiátrico, o investimento em uma qualidade de vida melhor deve ser prioridade. “Estar atento ao cuidado com a alimentação, manter atividade física frequente e prática de hábitos mais saudáveis também são medidas essenciais para lidar com a ansiedade”, acrescenta ela. 

Evite os gatilhos

A pneumologista Cilea Martins, da Unimed Vitória, indica a mudança de pequenos hábitos do cotidiano para afastar o cigarro. Veja a lista:

  - Busque se afastar de locais em que você costuma fumar: “Se a pessoa fuma na varanda, no quintal, ela precisa se afastar, fechar a porta. Porque, às vezes, ela nem quer fumar, mas acaba fumando pelo hábito por estar nesses ambientes”, explica a médica. 

 - Evite comprar maços de cigarro: isso evita que a pessoa consuma vários cigarros ao mesmo tempo. “Se ela quiser fumar mais, ela terá que sair para comprar e nem sempre isso é possível. Então, a quantidade de cigarros vai sendo reduzida gradualmente”, diz Cilea. 

 - Evite consumir bebidas alcóolicas: o álcool é um estimulante do tabagismo. “Logo, quando a pessoa começa a beber ela sente vontade de fumar também”, alerta a pneumologista. 

 - Não tome café ao acordar: assim como o álcool, a cafeína é estimulante do tabagismo. “Logo quando acorda, o cheiro do café estimula a pessoa a querer acender um cigarro. Por isso, ao invés de café, tome um suco, coma frutas, como melão, mamão”, indica a médica. 

 - Atrase o uso do primeiro cigarro: quanto mais tarde a pessoa começar a fumar no dia, menor será o consumo diário. 

 - Quebre hábitos que te fazem lembrar do cigarro: “as pessoas precisam analisar tudo aquilo que faz com elas se lembrem de fumar. Um exemplo é o caso daquelas que trabalham em home office. De repente, mudar a posição do computador já é uma mudança significativa para que ela não associe o ambiente ao hábito de fumar”, explica Cilea Martins. 

 - Pratique exercícios físicos: a atividade física não só ajuda a controlar a ansiedade, como disse a psicóloga Mariana Machado, como também é uma forma de conviver com menos fumantes. “Normalmente, pessoas que se exercitam buscam uma qualidade de vida melhor. Logo, o número de fumantes entre esses grupos é menor”. 

 Riscos

Além da nicotina, a pneumologista Cilea Martins lembra que o cigarro comum possui cerca de 2.500 substâncias, como alcatrão, enxofre e até pedaços de carvão, que são nocivos ao pulmão. “O cigarro eletrônico tem substâncias inalantes e corantes, além da nicotina em alta dose. Todos eles, independentemente do tipo, afetam a saúde cardíaca, provocam lesões renais, infecções, agravamento de doenças alérgicas, entre outras consequências”, ressalta a médica. 

Já a oncologista Virgínia Altoé Sessa, lembra que o cigarro é fator de risco para câncer de pulmao, cânceres na região de cabeça e pescoço (boca, língua, orofaringe, laringe), câncer de bexiga, leucemia, câncer de esôfago, colo uterino, pâncreas, fígado e rim. Ela ainda esclarece que os riscos se estendem também para quem convive com fumantes. 

“Chamamos isso de tabagismo passivo, que também é responsável por um alto número de mortes por câncer de pulmão no Brasil. A fumaça que sai da ponta do cigarro e se difunde homogeneamente no ambiente contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala”, detalha a médica. 

Cilea Martins ressalta que, embora medicamentos e mudanças de hábitos sejam fundamentais, a vontade do paciente de parar de fumar é determinante. Cabe aos especialistas e à sociedade continuar alertando sobre os malefícios.

“O cigarro é uma despesa econômica (R$125.148 bilhões são os custos dos danos produzidos pelo cigarro no sistema de saúde e na economia, segundo o Instituto Nacional do Câncer), para a saúde (o mesmo órgão aponta que 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo no Brasil) e ainda afasta as pessoas do convívio social”.