*Artigo publicado no dia 12/03/2022 no jornal A Tribuna

Temos convivido com a pandemia nos dois últimos anos e já é possível observar que muitas das mudanças necessárias para nos adaptarmos ao cenário estão sendo incorporadas ao nosso dia a dia. É cada vez mais comum fazer uma teleconsulta, as chamadas de vídeo para os amigos se tornaram corriqueiras, assim com as reuniões remotas com o time do trabalho.

Muito da tecnologia que parecia distante e inacessível se transformou rapidamente em realidade. Pense bem: nesses dois anos, o que mudou na sua vida, na vida dos seus filhos? A transformação digital instalou-se de vez, impactando todos os setores.

Na saúde, inovar foi palavra de ordem. Aplicativos foram atualizados com a telemedicina, foram adotadas visitas virtuais, boletim médico virtual, teletriagem, acompanhamento remoto de pacientes crônicos e gestantes, dentre outros serviços.

Em 2020 e 2021, médicos e pacientes acostumaram-se a lidar com a telemedicina, que cresceu bastante durante o período. Conforme o estudo Panorama das Clínicas e Hospitais, realizado pela Doctoralia em parceria com TuoTempo, 63% dos centros médicos estão oferecendo atendimento por telemedicina.

Na Unimed Vitória, por exemplo, as teleconsultas implantadas no começo da pandemia já alcançam quase 120 mil atendimentos. O serviço tem sido reforçado continuamente com mais médicos, que são capacitados especialmente para atuar com a telemedicina.

Também na cooperativa, exames passaram a ser autorizados automaticamente com o uso de Inteligência Artificial (IA). O uso de IA chegou também à saúde pública, como mostra o aplicativo Conecte SUS, que modernizou a rede de atendimento do Sistema Único de Saúde.

De acordo com informações da Distrito, maior comunidade independente de startups do Brasil, só em 2021 foram investidos mais de US$ 41 milhões em startups de inteligência artificial no país. O desenvolvimento de novas tecnologias em busca de melhor precisão dos diagnósticos e tratamentos está contribuindo para a evolução desse mercado.

As dinâmicas sociais estão mudando, e assim muda também o comportamento do consumidor, que passa a buscar mais agilidade nos atendimentos, principalmente quando isso está relacionado à saúde. O resultado é uma transformação do modelo assistencial existente, que precisa ser adaptado.

A população busca, cada vez mais, por atendimento eficiente, comunicação personalizada e menos burocracia.

Há ainda uma variedade de serviços de saúde em domicílio para cuidados paliativos, gerenciamento de doenças crônicas e cuidados primários, que tem ganhado espaço.

A tecnologia é muito importante nesse processo de evolução, mas não podemos deixar de lado a relação humana entre médico e paciente.

Fernando Ronchi é médico e diretor-presidente da Unimed Vitória.