Revista Ampla - Ediçãom 30 - page 9

R e v i s ta A m p l a
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condições de saúde. Por outro lado,
um emprego abusivo desses recursos
tem gerado um custo na assistência
elevado, que passou a ameaçar todo
o sistema, além de um incremento na
taxa de procedimentos iatrogênicos
(alteração patológica provocada no
paciente por tratamento de qualquer
tipo), com piora das condições de
saúde das pessoas", ressalta.
Para superar esse dilema, é preci-
so um esforço mútuo e coletivo, que é
possível, apesar de difícil. O foco em
uma anamnese mais completa, em
que os médicos investigam a saúde e
a vida dos pacientes antes de solicitar
exames e encaminhar para especialis-
tas, é o caminho possível. "Os exames
só podem complementar algo que foi
pensado ou imaginado. Pedir exames
por pedir é má-prática médica e pode
acarretar riscos graves e desnecessá-
rios aos pacientes. Sou infectologista,
e com uma boa anamnese e exame fí-
sico consigo formular hipóteses diag-
nósticas em mais de 90% dos meus
pacientes, e creio que não sou uma
exceção, porque essa é a base da me-
dicina. Se nos afastarmos disso, será
um grave erro", analisa Luiz Gustavo
Escada Ferreira.
Solução
Conforme analisa Kolling,
confiança só se consegue com dois pré-
-requisitos: competência e compromis-
"Os exames
só podem
complementar algo
que foi pensado ou
imaginado. Pedir
exames por pedir é
má-prática médica,
e pode acarretar
riscos graves e
desnecessários aos
pacientes"
so. Competência inclui a capacidade
de estabelecer uma relação produtiva
e usar essa influência pessoal para me-
lhorar as medidas de restabelecimen-
to e promoção da saúde. Também a
capacidade técnica, o conhecimento,
as habilidades e as atitudes para re-
solver o problema das pessoas, "nada
tão indispensável para se ter confian-
ça do que experiências de sucesso em
tratamentos e medidas anteriores",
ressalta. Já o compromisso inclui a ca-
pacidade de estabelecer empatia, um
real interesse em entender o que está
acontecendo com o paciente que está
sendo atendido e fazer o que seja pos-
sível para ajudar. "Inclui estar disponí-
vel na hora em que o paciente sinta ne-
cessidade, ainda que seja de maneira
não presencial, com as diversas opções
que temos hoje de comunicação virtu-
al, inclui o esforço em estar disponível
e atualizado para ajudar a pessoa da
melhor maneira possível", orienta.
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