R e v i s ta A m p l a
| 1 3
Os Caminhos da
Atenção Primária
à Saúde
A APS é um conjunto de ações, nos âmbitos individual e
coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde
Durante o 21º Suespar, duas ple-
nárias debateram o tema Atenção
Primária à Saúde (APS). A primeira,
que aconteceu no dia 14, tratou dos
conceitos gerais de APS, e a segunda,
realizada no dia 15, falou sobre os ca-
minhos da APS no Sistema Unimed. Po-
rém, o que é exatamente APS? Segun-
do os especialistas, atenção primária
vem de
primary care
, significa primei-
ra, primordial, de primeiro contato e
que não se restringe à ideia de primá-
rio, no sentido de elementar. Portan-
to, não se trata de um atendimento
básico, mas sim de um atendimento
cujo elemento essencial é o acesso, o
vínculo médico-paciente.
Segundo a definição dada pelo
próprio Ministério da Saúde, a APS é
"um conjunto de ações, no âmbito
individual e coletivo, que abrange a
promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico,
o tratamento, a reabilitação e a ma-
nutenção da saúde".
Os quatro pilares da APS são aces-
so (primeiro contato), coordenação
do cuidado, longitudinalidade (con-
tinuidade) e integralidade (atenção
em todos os pontos). De acordo com
Barbara Starfield, considerada uma
papisa na área, "a atenção primária é
aquele nível de serviço de saúde que
oferece a entrada no sistema para to-
das as novas necessidades e proble-
mas, fornece atenção sobre a pessoa
(não direcionada para a enfermidade)
no decorrer do tempo, atenção para
todas as condições, exceto as muito
incomuns ou raras, e coordena ou
integra a atenção fornecida em al-
gum outro lugar ou por terceiros".
Ainda segundo Starfield, em seu livro
"Atenção Primária - equilíbrio entre
necessidades de saúde, serviços e
tecnologia", nos Estados Unidos, o
acréscimo de um médico da atenção
primária está associado a 1,44 menos
mortes por 10.000 habitantes".
Além disso, nos países orientados
para a atenção primária, observa-se
menos crianças com baixo peso ao
nascer, menor mortalidade infantil,
especialmente pós-neonatal, menor
mortalidade precoce devido a suicí-
dio, menor mortalidade precoce rela-
cionada a todas as causas, exceto as
externas, maior expectativa de vida
em todas as faixas, exceto aos 80 anos.
Padronização atrapalha
Em sua
apresentação, o médico Marcelo Gar-
cia Kolling, presidente da Associação
Paranaense de Medicina de Família e
Comunidade, lembrou que todos nós
estamos em risco com a nossa saú-
de. Isso porque a maioria de nós não
tem um médico de confiança para nos
atender sempre que necessitamos.
"Cada um de nós médicos também
precisamos de um atendimento pri-
mário", frisou.
Plenária fica repleta durante palestra de APS
