Revista Ampla - Ediçãom 30 - page 23

R e v i s ta A m p l a
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Para recarregar
as energias
Médico intensivista de Jacarezinho
conta como o gosto pela mecânica ajuda
a lidar com as tensões da profissão
Mecânica X Medicina
O médico con-
ta que, quando tem tempo livre, gosta
de aproveitar ao máximo o momento
fazendo o que gosta. "Na nossa pro-
fissão, sempre estamos sendo pressio-
nados, quando estou trabalhando no
caminhão, posso trabalhar sem pressa
e escutando as músicas de que gosto.
E isso recarrega minhas energias para
enfrentar uma nova semana de traba-
lho", conta.
Além de ajudar a manter a calma
para lidar com as tensões da profis-
são, Ferreira relata que as habilida-
des desenvolvidas na prática da me-
cânica o auxiliam também a resolver
pequenos consertos diários. "Graças
ao meu aprendizado ao longo de
anos "trabalhando" de mecânico,
às vezes consigo consertar alguns
aparelhos que estragam, por exem-
plo, aparelho de pressão, ou um mau
contato de simples conserto, algum
problema com o computador, aí não
é preciso chamar o técnico da manu-
tenção", relata.
Qualidades importantes
Curiosida-
de e persistência são as habilidades
que o médico julga necessárias para
a prática do seu hobby. Para se in-
formar, quando tem dúvidas ou quer
aprender algo novo, Ferreira usa a
internet, onde encontra manuais téc-
nicos e orientações de pessoas que
têm a mesma mania e disseminam o
conhecimento na rede. "Felizmente,
há muita gente com vontade de aju-
dar, que postam manuais técnicos e
muitas dicas para ensinar aqueles que
gostam de praticar o 'faça você mes-
mo'", alegra-se.
Além da curiosidade, da persistên-
cia e do conhecimento adquirido com
outras pessoas por meio da internet,
o médico incorporou uma técnica que
garante funcionar, claro, com um
pouco de insistência algumas vezes.
"É muito simples, vou desmontando e
anotando os detalhes, depois faço o
caminho inverso para montar tudo de
novo. Muitas vezes não dá certo, aí
tenho que desmontar tudo de novo,
para identificar onde errei", conta.
Criatividade
Outra mania do médico é
a de transformar e inventar coisas no-
vas, como é o caso do caminhão antigo
que pretende tornar um motor-home.
"Vou persistindo até dar certo, ou até
ver que realmente não dá. Às vezes
tento novas coisas para melhorar o
funcionamento, mas infelizmente aca-
ba piorando a estética", diz. Ferreira
conta que uma vez transformou um
Gol quadrado 1986 em um Gol de fren-
te redonda e traseira quadrada, entre
outras invenções. "Transformei uma
moto trail em moto estradeira com
carenagem de lata. Já fiz ar condicio-
nado para carro usando como interrup-
tores os botões de um liquidificador e
interruptores de lâmpadas caseiras",
lembra o inventor.
Mesmo sem saber dizer o momen-
to exato em que decidiu ser médico,
Jorge Ferreira Filho disse que nunca
pensou em seguir outra profissão,
apesar de cultivar tantas habilida-
des que poderiam levá-lo para outro
caminho. "Sempre que me pergunta-
vam, desde criança, eu só respondia
que queria ser médico. Nunca quis
ser jogador de futebol, padre, profes-
sor ou qualquer outra profissão como
meus colegas de infância".
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