O começo da maternidade, principalmente os quatro primeiros meses, são marcados por uma devoção intensa da mãe ao seu bebê. A psicóloga Saritha Mariano (CRP 95870), que atua no Espaço Cuidar da Unimed Guarulhos, conta que é uma fase de ligação intensa entre eles em que há a necessidade de atendimento imediato às necessidades da criança. "Essa mãe está muito voltada para esse bebê, onde a gente chama de uma relação muito simbiótica, em que o bebê é a mãe e a mãe se torna o bebê. Porém, na medida em que esse bebê vai se desenvolvendo e vai crescendo, nós começamos a inserir as primeiras falhas nessa relação da mãe e o bebê, que são falhas necessárias", explica. 

Esse processo de ajustar os vínculos é delicado e exige paciência, mas aos poucos o bebê vai entendendo que sua mãe é outra pessoa que tem outras responsabilidades e afazeres. Do mesmo modo, a mãe se redescobre como mulher, como profissional e percebe seu lugar novamente em outros papeis além o de mãe.  

Saritha ainda reforça que é um rompimento doloroso, mas natural, que pode ser menos difícil para o filho que está em tantas descobertas e novas afeições por outras pessoas, sendo introduzido a novas relações e ambientes de convívio com novas experiências, do que para a mãe. 

Mas e a culpa? 

A culpa pode existir, até porque existe o apego emocional e a sensação de que “ninguém cuidará do filho melhor do que a mãe”, mas espairecer e traçar novos planos será saudável também para os filhos. Aos poucos, ir absorvendo a realidade diferente, deixando o ideal de lado, vivendo o real e consolidando uma nova rotina fará com que os momentos que passarem juntos sejam ainda mais especiais. 

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