Saúde mental: é possível envelhecer sem perder a memória?

        31 de julho, 2019

O tempo e a memória são questões inversamente proporcionais. Isso significa que, quando mais o tempo passa, menor é a capacidade da pessoa reter informações e lembrar de detalhes. Conforme a população envelhece, os problemas de memória entre os idosos se tornam mais comuns.

O avanço da Medicina tem possibilitado que homens e mulheres passem dos 80 ou 90 anos de idade com boas condições clínicas. Mesmo assim, são raros os casos de pessoas que não apresentam lapsos de memória nessas faixas de idade. É comum as recordações do passado mais distante permanecerem vivas, mas o mesmo não acontece quando se trata de acontecimentos mais recentes.

Por quê?

Para responder a essa questão, existem duas possibilidades:

1 • É a capacidade de armazenar informações que se deteriora a partir dos 40 ou 50 anos?
2 • É quantidade de novas informações que está acima da capacidade humana de ser absorvidas no mundo moderno?

Não se pode negar que, no mundo atual, além do acúmulo de informações, as pessoas convivem com um imenso grau de preocupações e estresse que não cessam ao fim do expediente de trabalho, por exemplo. Quase sempre as pessoas entram em casa, ligam o computador e continuam em atividade,  comprometendo as horas que deveriam ser reservadas para descansar e dormir. Essas situações são responsáveis por aumento da carga de estresse e pelo déficit de atenção, que podem provocar prejuízo da memória, principalmente da memória recente.

No entanto, não se pode interpretar a perda da memória como um fato inexorável associado ao envelhecimento, já que existem pessoas com 90 anos ou mais com memória absolutamente íntegra, enquanto outras apresentam alterações muito mais jovens. Nesse sentido, há diferença entre o déficit de memória associado à idade (que não é doença) e a perda de memória que caracteriza algum tipo de demência.

Por si só, o envelhecimento pode, sim, trazer um pequeno déficit de atenção, de concentração e de armazenamento de dados atuais, mas jamais a ponte de comprometer as funções sociais do indivíduo. Porém, a partir do momento em que ele passa a cometer deslizes e esquecimentos corriqueiros de questões da rotina, como não lembrar o nome do próprio neto, o esquecimento deixa de estar associado à idade e passa a ser encarado como sintoma de síndrome demencial. Ou seja, as pessoas começam se esquecendo dos recados, do número do telefone, do nome do vizinho. Quando o processo se agrava, isso é um sinal de alerta. Há estudos que apontam que 20% a 30% dos casos de prejuízo da memória atribuídos à idade podem ser a manifestação inicial de uma doença mais séria.

Diagnóstico

O acompanhamento médico e os exames específicos são importantes. Normalmente os geriatras têm pressa em investigar os casos para evitar complicações futuras.

Dentre as 30 ou 40 doenças que mais causam danos à memória, a doença de Alzheimer é uma das mais devastadoras. Trata-se de uma doença degenerativa, de evolução lenta e progressiva. Aos 90 anos de idade, cerca de metade da população sobre desse mal, causado pela diminuição do número de neurônios no cérebro e pelo depósito de uma proteína chamada beta-amiloide. Isso faz com que o cérebro vá perdendo a função intelectual e o paciente começa esquecendo recadinhos, números de telefone, até que esquece o nome de parentes e da data de pagar as contas, por exemplo. Quando o comprometimento é mais grave, o paciente se esquece até de comer e de se vestir.

Estímulo intelectual

Trabalhos científicos demonstram que, quanto mais intelectualizadas as pessoas são e quanto mais atividades físicas fazem, menores são os déficits de memória e mais lenta a evolução dos casos. O processo de aprendizagem envolve necessidade de concentração e apelo constante à memória recente e à memória tardia.

Tratamento

Existem situações potencialmente reversíveis e as irreversíveis. Depressão, tumores benignos ou mesmo um hematoma causado por uma queda, por exemplo, são causas de esquecimentos potencialmente reversíveis, assim como o hipotireoidismo, carência de vitamina B12, neurolues ou neurossífilis e a hidrocefalia de pressão intermitente e outros. Mas se o problema já estiver estabelecido há mais tempo, as chances de reverter o processo serão infinitamente menores. Por isso, sempre se reitera a informação de que as causas do esquecimento devem ser investigadas assim que a pessoa começou a manifestar o sintoma.

Unimed Cascavel e a terceira idade

A Unimed Cascavel tem projetos de Medicina Preventiva que contemplam a qualidade de vida de beneficiários que já passaram dos 60 anos. No Idoso Bem Cuidado, há até uma oficina de memória que estimula os participantes a exercitarem as funções cerebrais que se relacionam a essa capacidade. As atividades são diferenciais entre os programas para idosos disponíveis em Cascavel.

No mesmo projeto existe uma oficina de nutrição que estimula a boa alimentação e a prática da culinária entre os idosos. São formas de manter esse público em atividade, o que colabora com a saúde mental e física. 

O Idoso Bem Cuidado é uma iniciativa desenvolvida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que propõe um modelo inovador de atenção a homens e mulheres da terceira idade. A intenção da Unimed Cascavel é oferecer um cuidado integral, por meio dos pilares da Atenção Primária, adotando medidas que contarão com o apoio de uma equipe multidisciplinar para auxiliar a conduzir os participantes a um processo de envelhecimento ativo, garantindo a prevenção, a reabilitação, o bem-estar e a qualidade de vida. 

Para envelhecer bem, é preciso ter saúde, amigos e orgulho da própria história. A Unimed Cascavel acredita ser preciso oferecer uma vida ativa e feliz aos clientes da terceira idade. Às terças-feiras, o projeto oferece oficinas de memória, nutrição e atividade física. Às quintas-feiras, mais memória, conhecimento e atividades que incluem pilates, dança, consultas médicas e acompanhamento de enfermagem.

A dona Gilda Maria Cozer participa do projeto com a intenção de nunca ficar parada. Aliás, ela tem uma filosofia de vida que serve de estímulo para qualquer um: “Se a gente se acomoda, vai parando tudo. Então é preciso mexer com as ideias para manter o cérebro forte. Eu gosto de jogar baralho, por exemplo, por estimula a atenção e a concentração. Pensar é sempre bom”, finaliza a dona de casa de 66 anos.

Para participar, basta ser cliente Unimed Cascavel. Não é preciso pagar nada a mais. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (45) 3038-8989.

Cuidar de você. Esse é o plano.