Unimed realiza 1º simpósio em Cascavel sobre cuidados paliativos

        30 de outubro, 2019


 

A finitude da vida é algo com o qual todos os profissionais da saúde trabalham. Médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, fisioterapeutas... Todas essas áreas têm algo a contribuir para um tratamento cada vez mais respeitoso, empático e melhor para pacientes incuráveis. O caminho que existe entre o “nascer” e o “perecer” esteve no foco do Simpósio de Cuidados Paliativos, promovido ao longo do último sábado (26), pela Unimed Cascavel.

O evento reuniu palestrantes de várias partes do país, além de participantes de Cascavel e outras cidades. “Este simpósio uniu a experiência de profissionais de várias partes do país, com palestras que trouxeram visões complementares sobre os cuidados paliativos.” – Humberto Golfieri Junior, diretor de Mercado da Unimed Cascavel.

Valores e respeito


 

 

O primeiro palestrante do simpósio abordou a necessidade dos profissionais da saúde se adaptarem para respeitar os valores dos pacientes que recebem cuidados paliativos. Douglas Crispim é diretor-técnico do grupo Asas e consultor para a implantação da Rede de Cuidados continuados (RCC) da Unimed Cascavel. “Este simpósio marca a implantação do projeto piloto da RCC, em Cascavel. Em novembro começaremos atendimentos pontuais, intra-hospitalares e ambulatoriais. Para dezembro está previsto o início dos atendimentos domiciliares e, em janeiro de 2020, pretendemos estar com todas as modalidades da RCC.”

Questão de excelência


 

 

O pneumologista Cassio Franco, coordenador da RCC na Unimed Cascavel, destacou a importância de quebrar tabus acerca da finitude da vida e de esclarecer o que são os cuidados paliativos. “Este simpósio mostra para a sociedade que a Unimed Cascavel está se preparando para montar uma equipe multiprofissional para oferecer os cuidados paliativos de excelência. Consideramos que esses cuidados devem fazer parte de um serviço em rede, incluindo hospitais, ambulatórios e também nas casas dos pacientes”, explicou o coordenador.

Questão de consciência


 

 

Conselheira da Câmara Técnica de Bioética do Conselho Regional de Medicina do Paraná, a médica Úrsula Bueno do Prado Guirro foi a terceira palestrante do simpósio. “Aqui a gente está falando de conscientização. É preciso conscientizar as pessoas sobre os cuidados paliativos. Eu trouxe conteúdos relacionados à bioética, incluindo questões legais quanto à prática, além do modelo de tomada de decisões na rotina dos profissionais da saúde, visando a prudência e o equilíbrio.”

Questão do ‘sagrado’


 

 

O doutor em Enfermagem Alexandre Silva é membro/pesquisador voluntário do grupo de estudo e pesquisa em cuidados paliativos da Escola Nacional de Saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Durante a abordagem sobre o desafio de cuidar melhor, ele destacou a importância de identificar o que é o “sagrado” para o outro. “Quando você consegue identificar isso, você avança da empatia para a compaixão, que é algo além de se colocar no lugar, mas fazer algo para aliviar o sofrimento do outro”, resume o enfermeiro.

Alexandre Silva também elogiou a iniciativa da Unimed Cascavel. “Eu acho fantástico poder ver de perto o contexto do desenvolvimento dos cuidados paliativos aqui. Enquanto profissional, fico feliz de ver que mais um local do Brasil está plantando a semente de cuidar de pessoas em situação de vulnerabilidade, com diagnóstico de doenças ameaçadoras à vida. Consegui perceber o quanto a Unimed Cascavel tem um amplo conhecimento sobre o que são os cuidados paliativos”, acrescentou.

Visões de um tema essencial à vida

• “Acredito que todos os profissionais da saúde deveriam participar de discussões como esta. Tudo o que vi e ouvi aqui vai me fazer refletir muito.” - Camila Marcelino, enfermeira. 
• “São conteúdos que a gente vivencia no dia a dia, mas que, quando você precisa de um conteúdo teórico, essa teoria traz a sustentação necessária para o profissional da saúde.” - Ariana da Silva Rodrigues Carvalho, enfermeira e professora universitária.

Um modelo bem visto dentro e fora de Cascavel

A farmacêutica Daiani Calgaro atende pacientes em tratamento contra o câncer, muitos deles na fase final da caminhada. Ela veio com um grupo de colaboradores da Unimed Pato Branco, para onde voltou após o simpósio carregando uma série de reflexões sobre como dar o melhor que puder aos pacientes em estágio terminal. “Os relatos que os palestrantes nos trouxeram foram todos muito emocionantes. Saber que a Unimed Cascavel está aderindo de forma tão dedicada a esses cuidados continuados é uma certeza de que o beneficiário tem muito a ganhar. Eu, que trabalho com pessoas em tratamento contra o câncer, vou olhar com uma visão ainda mais cuidadosa para esses pacientes, tentando conduzir os casos de maneira cada vez melhor, sem tabus e com humanidade.

Ampliando conhecimentos

Após as palestras, todas realizadas o Centro Universitário FAG, os participantes se dividiram em turmas para participarem de workshops sobre os temas:

• Hipodermóclise
• Estresse do cuidador
• Comunicação difícil em cuidados paliativos


 

RCC

A Rede de Cuidados Continuados capacita médicos de várias especialidades e outros profissionais da saúde para os cuidados paliativos, modelo de Medicina centrado nas pessoas com doenças incuráveis. A RCC é um sistema composto por todas as modalidades de atendimento em cuidados paliativos (hospitalar, ambulatorial e domiciliar) conduzido por equipes capacitadas para lidar com as demandas físicas, psicossociais e espirituais apresentadas por cada paciente e/ou família. Estas modalidades obrigatoriamente inseridas num sistema completo de atendimento em rede, com monitoramento, gerenciamento de risco, reabilitação de curto prazo e desospitalização moderna e segura.

Cuidados paliativos. Esse é o plano.