Vacinação: Por que imunizar crianças e adultos é essencial

Texto: Unimed Brasil, com informações do Ministério da Saúde
        16 de outubro, 2020


 

O mundo está em busca de uma vacina para proteger a vida humana da Covid-19. Enquanto isso, vacinas seguras já existem e devem ser aplicadas para evitar uma série de doenças já conhecidas pela ciência. Afinal, qual é a importância da vacinação? Em tempos de fake news, é preciso contribuir com informação de utilidade geral: as vacinas são um ganho imensurável, consideradas um marco na história da humanidade.

Existem muitos mitos e argumentos contrários à vacinação, mas é fundamental que você entenda tudo o que a saúde ganhou e o quanto a sociedade evoluiu com essa descoberta. A vacinação é o método mais efetivo de prevenir doenças graves que, no passado, levavam crianças e adultos à morte e assustaram muitas gerações.

Qual é a importância da vacinação?

A vacina é uma forma de “forçar” o organismo a produzir anticorpos para combater alguma substância que ele entenda como um “corpo estranho”. Isso acontece quando injetamos, propositalmente, o agressor que se deseja combater. 

A diferença da vacina para a doença efetiva, no entanto, está no agressor: na vacina, ele estará presente em uma forma menos agressiva, ou até mesmo desativado, ou seja, incapaz de provocar a doença. A presença no organismo servirá somente para que o corpo seja capaz de produzir os anticorpos necessários para combatê-lo, impedindo que a doença seja desenvolvida, mesmo por meio de uma nova exposição e contágio. 

A história da vacina

Uma das doenças mais temidas do mundo durante o século XVIII, a varíola, foi a responsável pela invenção da vacina. Com uma taxa de mortalidade de 10% a 40%, foi descoberto que os sobreviventes não contraíam a doença novamente. Assim, surgiu a ideia de usar o vírus em uma forma um pouco mais branda, evitando que a doença fosse contraída em sua forma mais agressiva. Essa prática ficou conhecida como variolação.

Em 1798, o médico inglês Edward Jenner compartilhou suas investigações. Ele descobriu que as pessoas contaminadas por um vírus semelhante ao da varíola, porém mais brando, também se tornavam imunes à grave doença. A partir dessas descobertas, em 1800 a marinha britânica já começava a usar a vacinação. No Brasil, as vacinas chegaram em 1804, trazidas pelo Marquês de Barbacena. 

Em 1956, a Organização Mundial da Saúde (OMS) patrocinou um projeto para a erradicação da varíola no mundo. Em apenas quatro anos, a doença sumiu dos países industrializados e, em 1977, se estabeleceu o único episódio de erradicação de uma doença em uma escala mundial. Com esse poder de controle e eliminação de doenças, a vacina é uma importante aliada para a promoção da saúde e ampliação da expectativa de vida dos seres humanos.

O Brasil é um dos países que oferece o maior número de vacinas à população. São disponibilizadas mais de 300 milhões de doses anuais, sendo 43 diferentes categorias de imunobiológicos: 26 vacinas, 13 soros heterólogos (imunoglobulinas animais) e 4 soros homólogos (imunoglobulinas humanas), utilizadas na prevenção ou tratamento de doenças.

As campanhas nacionais de vacinação resultaram na eliminação da varíola em 1973, e da poliomielite, em 1989. O vírus da rubéola também é considerado fora de circulação, desde 2009. O país ainda tinha conseguido tirar de circulação o vírus do sarampo, tendo sido considerado livre da doença em 2016. No entanto, o vírus ressurgiu no final de 2018, deixando vítimas de todas as idades e reforçando a importância da vacinação para o controle imunológico.

O programa de vacinação nacional também controla o tétano neonatal, as formas graves da tuberculose, a difteria, o tétano acidental e a coqueluche. Algumas dessas vacinas fazem parte do calendário de vacinação da gestante, sendo etapa essencial do pré-natal. 

Qual a importância da vacinação na infância

É na infância que a maioria das vacinas são aplicadas. Isso porque a criança, além de se desenvolver física e cognitivamente, também precisa evoluir o sistema imunológico. Quanto antes a criança ficar imune às doenças, melhor para a saúde dela.

Para recém-nascidos, tanto as primeiras vacinas quanto as vacinas recebidas pela mãe, durante a gestação, são fundamentais para a prevenção de doenças. Isso porque o sistema imunológico do bebê ainda é bastante frágil e suscetível às doenças e infecções. Para as crianças de até 10 anos, devem ser aplicadas as vacinas e reforços para evitar que a exposição nas escolas facilite o contágio de doenças como difteria, coqueluche, tétano e influenza. Já os adolescentes precisam se imunizar contra a meningite meningocócica, já que fazem parte do grupo de maior risco. 

Nessa idade, meninos e meninas também devem receber a imunização contra o vírus HPV, responsável por mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de pênis. O HPV também é um dos principais responsáveis pelo câncer de colo do útero que, em 2018, teve 570 mil novos diagnósticos em todo o mundo.

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A importância da vacinação para adultos 

O lugar onde você mora, sua idade, seu histórico de vacinação, doenças em tratamento e até suas atividades cotidianas podem influenciar a necessidade de uma ou outra vacina. 

Se você for viajar para um lugar com risco de febre amarela, por exemplo, e não estiver com essa dose em dia, é obrigatória a vacinação, já que a carteirinha será um dos documentos exigidos para permitir o embarque. Além disso, adultos com doenças crônicas, como diabetes, podem ter um prejuízo maior em caso de contágio com alguma doença que pode ser prevenida por vacina. 

Idosos também precisam estar atentos, já que tendem a ter um sistema imunológico mais frágil, respondendo aos tratamentos com mais dificuldade. É por isso que as campanhas de vacinação contra o vírus Influenza (gripe) sempre colocam os idosos como grupo prioritário, pois são as principais vítimas da doença. 

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Perigos da falta de vacinas

Mais do que uma prevenção individual, a falta de vacinação é um hábito que prejudica toda a humanidade. Quanto mais pessoas não vacinadas, maiores as chances dos vírus de doenças já erradicadas retornarem. 

Outros perigos:

• Aumento nos números de casos de doenças infecciosas
• Aumento da mortalidade, inclusive infantil
• Reaparecimento de doenças consideradas erradicadas
• Redução da expectativa de vida