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Do início ao fim da gestação, o parto é a parte mais esperada. Afinal, como será a vinda do bebê? Ocorre, no entanto, uma realidade única no mundo, no que concerne ao parto e ao nascimento no Brasil.Em 2014, o número de cesáreas alcançou 57% no Brasil, contabilizados os dados dos setores público e privado, de acordo com o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc). No setor privado a taxa é de 84,4%, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).Os dados são alarmantes e configuram um problema de saúde pública, associados ao aumento da morbimortalidade materna e neonatal, que em longo prazo impacta no desenvolvimento de doenças crônicas. Além disso, os riscos a que se expõem as mães e os bebês são elevados na realização de cesáreas desnecessárias.Às gestantes cabe saber da importância do acompanhamento pré-natal, do seu empoderamento (ter autonomia para escolha consciente com base em evidências científicas) e dos benefícios do trabalho de parto.
No parto normal, as contrações uterinas promovem a saída natural do bebê. O trabalho de parto promove a liberação de hormônios favoráveis à saúde da mulher e da criança. A recuperação e a produção de leite são mais rápidas e o risco de hemorragia e infecção é menor. Além disso, durante a passagem pelo canal vaginal, o tórax do bebê é comprimido, eliminando líquidos das vias respiratórias e facilitando a entrada e saída de ar.
Outro benefício que só ocorre durante o trabalho de parto é o contato do bebê com bactérias benéficas presentes no corpo da mãe, que ajudam a melhorar a resposta imune e a prevenir doenças como a asma. Durante a cesárea, o bebê não se beneficia dessa proteção extra.
De modo geral, são várias as evidências científicas que comprovam o parto normal como a opção mais saudável e adequada para a maioria das mães e bebês. Por isso, gestantes que têm uma gravidez saudável devem aguardar o início do trabalho de parto, evitando o agendamento de uma cesariana sem indicação clínica.
A retirada do bebê é feita por meio de um procedimento cirúrgico, em casos em que o parto normal não é possível por problemas com a mãe e/ou o feto, tais como placenta prévia, posição inadequada do bebê, desproporção da cabeça do feto para a pelve da mãe (detectada após o trabalho de parto ativo), sofrimento fetal ou ainda situações particulares que devem ser avaliadas pelo médico que faz o acompanhamento no período pré-natal ou durante a internação.
Conteúdo revisado em 04/02/2022
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